Amazonas lidera índice de mortes de crianças indígenas, revela Cimi
Manaus/AM - Além de ser o estado com mais assassinatos de indígenas no Brasil em 2021, com 38 mortes violentas no período, o Amazonas também é o local onde morreram mais crianças indígenas de 0 a 5 anos, com 178 registros nesse mesmo ano.
Os dados estão no relatório "Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2021", divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
As informações parciais sobre a morte de crianças indígenas têm como base a Lei de Acesso à Informação (LAI), acessadas pelo Cimi na Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Os dados, que foram coletados pela secretaria em janeiro de 2022 e estão, provavelmente, defasados, revelam a ocorrência de 744 mortes de crianças indígenas de 0 a 5 anos de idade em 2021, destaca o relatório do Cimi.
Na lista dos estados com maior quantidade de mortes nesta faixa etária estão o Amazonas (178), Roraima (149) e Mato Grosso (106). Apesar da provável defasagem dos dados relativos a 2021, a quantidade de óbitos de crianças só foi maior, na última década, nos anos de 2014 (785), 2019 (825) e 2020 (776).
Dados do SIM e de secretarias estaduais de saúde registram a ocorrência de 148 suicídios de indígenas em 2021.
Os estados com mais casos foram Amazonas (51), Mato Grosso do Sul (35) e Roraima (13).
O relatório apresentado pelo Cimi destaca que o ano de 2021 foi marcado pelo aprofundamento e pela dramática intensificação das violências e das violações contra os povos indígenas no Brasil.
Houve aumento de invasões e ataques contra comunidades e lideranças indígenas e o acirramento de conflitos refletiram, nos territórios, o ambiente institucional de ofensiva contra os direitos constitucionais dos povos originários.
A manutenção, pelo governo de Jair Bolsonaro, da paralisação das demarcações de terras indígenas e omissão completa em relação à proteção das terras já demarcadas, contribuiu para esse agravamento, diz o relatório.
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