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Dez militares do exército são presos no Rio por ação que terminou com músico morto

Por Portal Do Holanda

08/04/2019 11h25 — em
Policial



Dez militares foram presos em flagrante, na manhã desta segunda-feira (8), pelo que as Forças Armadas entenderam como "descumprimento de regras de engajamento" na ação que resultou na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, na tarde de ontem, na estrada do Camboatá, em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro. O Exército brasileiro assumiu as investigações sobre o caso.

Segundo o UOL, a Polícia Civil informou que mais de 80 disparos foram realizados contra o veículo dirigido por Rosa na ocasião. Ele estava com a família a caminho de um chá de bebê quando foi abordado. O sogro dele, que estava no veículo, e um pedestre também ficaram feridos. Segundo a família, a vítima não tinha qualquer envolvimento com o crime, como foi informado pelo Exército na tarde de ontem.

"Foram diversos disparos de arma de fogo efetuados, e tudo indica que os militares confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma [no carro]. Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares", afirmou na manhã de hoje o delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios da capital, que estava responsável pelo caso antes da transferência da investigação.

Em nota divulgada, o CML (Comando Militar do Leste) informou que, no total, 12 militares já foram ouvidos pela Delegacia de Polícia Judiciária Militar desde a madrugada de ontem, tendo sido dez presos. Um integrante do MP (Ministério Público) acompanhou os depoimentos.

A partir de agora, esses militares ficam à disposição da Justiça Militar, a quem cabe realizar a Audiência de Custódia e determinar como será dado prosseguimento.

As primeiras informações divulgadas pelo Exército diziam que a tropa havia "reagido a uma agressão oriunda de criminosos a bordo de um veículo". O CML informou que esta foi a notificação dada àquela altura pela patrulha envolvida na ocorrência.

As investigações sobre a morte e os feridos ficarão a cargo do próprio Exército, que assumiu as investigações do caso com base em uma lei de 2017 sancionada pelo então presidente Michel Temer (MDB).

A legislação diz que crimes dolosos contra a vida, cometidos por militares das Forças Armadas, serão investigados pela Justiça Militar da União, em alguns casos. Os laudos já feitos pela Polícia Civil do Rio serão fornecidos ao exército para o prosseguimento dos trabalhos.


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