Em Manaus, rodoviários denunciam ameaças e decidem continuar com 100% da frota paralisada
Manaus/AM - Diferente dos rodoviários da empresa Líder, trabalhadores da Açaí Transportes não retomaram as atividades e 100% da frota da empresa permanece inativa.
Em entrevista exclusiva ao Portal do Holanda, eles reclamaram do descaso com a classe e afirmaram que não houve nenhuma tentativa de negociação por parte dos empresários. Por conta do silêncio, os trabalhadores decidiram que vão prosseguir com a greve por tempo indeterminado.
Além do atraso nos salários, a categoria aproveitou para desabafar sobre as péssimas condições de trabalho, o sucateamento dos veículos e a falta de apoio do Sindicado dos Rodoviários:
“ A gente corre o risco e a sociedade também corre, olha esse pneu dianteiro desse carro como tá? A gente também não tem representatividade sindical, é assim chegamos no limite e ninguém vai sair daqui não”, disse um motorista de 45 anos que prefere não se identificar.
O homem ainda pediu desculpas da população e explicou que a paralisação é a única forma de se fazer ouvir: “Se tem alguém que merece todo o nosso respeito e consideração é o usuário, a gente lamenta muito e não queria essa situação. Eu não queria estar parado aqui, mas pelos meus filhos, netos e família, a gente tem que fazer porque os empresários não cumprem com a obrigação”.
Foto: Portal do Holanda
Eles revelam que não recebem o vale, os benefícios e que os salários são pagos quando os empresários querem. Alguns funcionários afirmam que já foram informados que devem sofrer represálias por estar envolvidos na greve e que muitos estariam com a demissão pronta:
“Foi repassado que quando acabar esse movimento aqui, cabeças vão rolar, ele já prometeu que minha justa causa está batidas”, afirma o cobrador, Claudomiro Silva, líder da greve na empresa.
A Açaí opera atualmente com 100 ônibus, a maioria atende bairros distantes da Zona Norte de Manaus.
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