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Morre Toninho Drummond, ex-diretor da TV Globo em Brasília

Por Portal Do Holanda

24/03/2018 13h45 — em
Famosos & TV



RIO - Morreu neste sábado Antonio Carlos Drummond, conhecido como Toninho Drummond. Ele foi por 25 anos diretor da TV Globo em Brasília e se aposentou em julho de 2012. No fim daquele ano, recebeu uma homenagem especial do prêmio Engenho de Comunicação como personalidade da comunicação. Drummond tinha 82 anos e morreu em decorrência de falência múltipla de órgãos.

Participou da implantação do telejornal "Bom Dia Brasil" e acompanhou momentos importantes da política nacional brasileira, como as primeiras eleições diretas para presidente, em 1989, e o processo de impeachment do presidente Fernando Collor, em 1992.

Foi sob sua direção que o jornalismo da emissora na capital federal desenvolveu-se, com o aumento da equipe. Os repórteres passaram a cobrir diariamente o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e os ministérios, ampliando as notícias sobre política brasileira em todos os telejornais, especialmente no "Jornal Nacional".

A Família Marinho divulgou nota de pesar:

"Toninho Drummond foi um dos expoentes da sua geração, honrando a tradição mineira que tão bons jornalistas deu ao país. Tenaz, mas sempre gentil; altamente competente, mas sem nenhuma dose de estrelismo; de uma seriedade ímpar no que fazia, mas sempre irradiando bom humor. Formou uma legião de jornalistas. O Grupo Globo deve muito ao talento dele, e expressa a sua imensa gratidão. Toninho foi um profissional exemplar e um amigo querido. Nossa solidariedade à família. Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho".

O presidente Michel Temer também lamentou a morte do jornalista.

Meus pêsames pela morte do grande jornalista Toninho Drummond, expoente do jornalismo brasileiro que participou de coberturas importantes no País, sempre com profissionalismo e competência. Meus pensamentos estão com os amigos e os familiares.

— Michel Temer (@MichelTemer) 24 de marzo de 2018

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) disse que Drummond deixa um importante legado de dedicação e compromisso com o jornalismo.

"Além de grande profissional, Toninho Drummond foi uma personalidade que conquistou uma legião de amigos e admiradores", diz a nota.

INICÍO DA CARREIRA EM MINAS

Mineiro de Araxá, Drummond mudou-se para Belo Horizonte para estudar Direito. No entanto, não chegou a concluir o curso porque começou a trabalhar como jornalista no início da década de 1960. Foi quando atuou como repórter do jornal "O Estado de Minas", primeiro cobrindo polícia e, em seguida, política. Simultaneamente, trabalhava na sucursal mineira do jornal "Última Hora".

Entre 1966 e 1970, foi assessor do governador Israel Pinheiro em Minas Gerais, que o convidou para o cargo. Depois, voltou a trabalhar com jornalismo, dessa vez na televisão. Foi quando Armando Nogueira, então diretor da Central Globo de Jornalismo, o convidou para assumir a direção do jornalismo da Globo em Brasília. A incumbência de Drummond era fortalecer a participação da capital federal nos telejornais de rede e incrementar o noticiário político.

COBERTURAS IMPORTANTES

Na função, teve que enfrentar um difícil momento da política nacional brasileira, com atuação da censura durante o governo do general Emilio Garrastazu Médici. Com a chegada do general Ernesto Geisel ao poder, em março de 1974, as relações do jornalismo com o governo melhoraram. Geisel iniciou um processo de abertura política lento e gradual, e teve como uma das medidas a diminuição da severa ação da censura sobre os meios de comunicação.

Drummond coordenou importante coberturas. Na viagem oficial de Geisel ao Japão, em setembro de 1976, dez profissionais da TV Globo acompanharam a visita. No último, quando Geisel viajava de Tóquio para Kioto no trem-bala, o repórter Costa Manso conseguiu uma entrevista exclusiva com o presidente, exibida no mesmo dia no "Fantástico".

Também em 1976, o jornalista acompanhou todo o planejamento da TV Globo para cobrir as eleições diretas para prefeitos no país – com exceção das capitais e municípios considerados áreas de segurança nacional. Ele comandou a operação do Rio de Janeiro, cujo planejamento começou quatro meses antes do pleito. Essa foi a primeira vez que a TV Globo investiu na cobertura de um evento deste tipo, mobilizando repórteres especiais em todo o país.

Outro momento marcante na trajetória de Toninho Drummond foi a entrevista com Saddam Hussein no palácio presidencial em Bagdá durante a guerra Irã-Iraque. O encontro foi negociado pelo jornalista, que, para consegui-la, procurou o embaixador do Iraque no Brasil e argumentou que, se Saddam Hussein queria ser um líder do Terceiro Mundo, precisava dar prioridade a uma televisão do Terceiro Mundo. Em 29 de junho de 1981, a entrevista foi ao ar no "Jornal Nacional". Saddam falou sobre paz no Oriente Médio, eleições em Israel e sobre as relações de seu país com o Brasil.

Entre maio de 1982 e setembro de 1983, Drummond foi diretor do programa jornalístico "O povo e o Presidente", que ia ao ar aos domingos, após o "Fantástico". O programa surgiu de um convite feito por Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, ao então presidente João Figueiredo. O presidente respondia a cartas enviadas pelos telespectadores para as emissoras e afiliadas da Rede Globo. O programa era gravado no Palácio da Alvorada, em Brasília.

No ano seguinte, o jornalista participou da implantação do telejornal Bom Dia Brasil. Depois, deixou a emissora para assumir um cargo executivo no Unibanco. Durante o governo de José Sarney, assumiu o cargo de presidente da Radiobrás e, em meados da década de 1980, tornou-se diretor da TV Bandeirantes em Brasília, no momento da implantação da emissora na capital.

Em 1988, trabalhou foi subchefe para assuntos de imprensa e divulgação da Presidência da República, onde ficou por pouco tempo, uma vez que foi convidado por Roberto Marinho para assumir a direção regional da Globo em Brasília.

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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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