Prefeito Arthur armou a confusão no tatame e levou um “ippon”
Como funciona a nossa justiça? Por impulsos aleatórios. A sociedade reclama nas redes sociais, a mídia joga ‘lenha na fogueira’, as casas legislativas ‘despertam’ para o fato lendo as notícias, e se faz um carnaval em torno de uma questão cotidiana de governo.
Num primeiro momento, o prefeito Arthur Neto usou a tarifa de ônibus como instrumento político para eleger-se prefeito de Manaus; mesmo perdendo o apoio do governo que o ajudava a manter o preço da passagem de ônibus ‘congelado’.
Após a eleição, deixou a coisa correr solta apostando no quanto pior melhor, para ensaiar uma reviravolta política, saindo-se como ‘salvador da pátria’. Perdeu, e foi jogado ao chão com um “ippon” do governador José Melo, depois de ter armado a confusão no tatame.
Nesse lengalenga passaram-se três anos, a tarifa sem aumento, e o sistema perdendo a qualidade e o povo ficando sem melhorias ‘prometidas’ na campanha eleitoral. Houve tempo para resolver tudo, inclusive para a Justiça ter agido com rigor em favor do povo.
Não agiu, esperou o caldo ‘engrossar’, para agir agora sob a pressão da mídia. Com isso expõe o eterno ‘desentendimento’ entre os que denunciam e os que julgam, enquanto o povo fica que nem melancia ‘boiando’ entre duas embarcações durante o temporal no porto.
MAIS ESPERA...
Acionado pelo MPC com pedido de suspensão do aumento da tarifa de ônibus para R$ 3,80, ontem o TCE-AM decidiu não suspender, por enquanto, o reajuste da passagem e convocar para uma reunião, daqui a sete dias úteis, o prefeito Marcos Rotta, a SMTU e a Sefaz. A conselheira vice-presidente do tribunal, Yara Lins decidiu que a definição só sairá após manifestação da prefeitura, por um prazo de 5 dias úteis, conforme permite a Lei Orgânica do TCE.
AMEAÇA À ZFM
Para o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), pode ter sido um golpe fatal para o Amazonas o novo adiamento, no âmbito do STF, do julgamento da ação judicial movida pela Nokia contra a União sobre a isenção fiscal de IPI para empresas que adquirem matéria-prima no PIM.
“A União está esperando o ministro Alexandre Moraes chegar ao Supremo para concluir a votação dessa matéria”, desabafou Serafim, desconfiado dos sucessivos adiamentos da questão no STF. Ele entende que Alexandre votaria contra a ZFM.
É SÓ ENROLAÇÃO
Segundo Serafim, é preocupante o protelamento da ADI da Nókia no STF.
A ação não consta na pauta de julgamentos da Suprema Corte para o mês de março, restando a expectativa de que seja incluída na pauta de abril. “É só enrolação”, diz o parlamentar.
PROPINA VIROU GORJETA
Chocou o país a declaração do desembargador Ivan Athié, durante sessão da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), de quinta-feira passada. Ele disse que os pagamentos de propinas investigados na Operação Lava-Jato podem ser apenas “gorjeta”.
Para Roberto Romano, professor de Filosofia e Ética da Unicamp, o desembargador relativizou o pagamento de propina quando não há essa distinção em se tratando de dinheiro público, que deve ser investido em benefícios da população. Subtraí-lo não é gorjeta, mas corrupção.
ASSUNTOS: Arthur Neto, tarifa dee ônibus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.