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Prefeito Arthur armou a confusão no tatame e levou um “ippon”


Por Raimundo de Holanda

25/02/2017 13h52 — em
Bastidores da Política



Como funciona a nossa justiça? Por impulsos aleatórios. A sociedade reclama nas redes sociais, a mídia joga ‘lenha na fogueira’, as casas legislativas ‘despertam’ para o fato lendo as notícias, e se faz um carnaval em torno de uma questão cotidiana de governo.

Num primeiro momento, o prefeito Arthur Neto usou a tarifa de ônibus como instrumento político para eleger-se prefeito de Manaus; mesmo perdendo o apoio do governo que o ajudava a manter o preço da passagem de ônibus ‘congelado’.

Após a eleição, deixou a coisa correr solta apostando no quanto pior melhor, para ensaiar uma reviravolta política, saindo-se como ‘salvador da pátria’. Perdeu, e foi jogado ao chão com um “ippon” do governador José Melo, depois de ter armado a confusão no tatame.

Nesse lengalenga passaram-se três anos, a tarifa sem aumento, e o sistema perdendo a qualidade e o povo ficando sem melhorias ‘prometidas’ na campanha eleitoral. Houve tempo para resolver tudo, inclusive para a Justiça ter agido com rigor em favor do povo.

Não agiu, esperou o caldo ‘engrossar’, para agir agora sob a pressão da mídia. Com isso expõe o eterno ‘desentendimento’ entre os que denunciam e os que julgam, enquanto o povo fica que nem melancia ‘boiando’ entre duas embarcações durante o temporal no porto.

MAIS ESPERA...

Acionado pelo MPC com pedido de suspensão do aumento da tarifa de ônibus para R$ 3,80, ontem o TCE-AM decidiu não suspender, por enquanto, o reajuste da passagem e convocar para uma reunião, daqui a sete dias úteis, o prefeito Marcos Rotta, a SMTU e a Sefaz. A conselheira vice-presidente do tribunal, Yara Lins decidiu que a definição só sairá após manifestação da prefeitura, por um prazo de 5 dias úteis, conforme permite a Lei Orgânica do TCE.

AMEAÇA À ZFM

Para o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), pode ter sido um golpe fatal para o Amazonas o novo adiamento, no âmbito do STF, do julgamento da ação judicial movida pela Nokia contra a União sobre a isenção fiscal de IPI para empresas que adquirem matéria-prima no PIM.

“A União está esperando o ministro Alexandre Moraes chegar ao Supremo para concluir a votação dessa matéria”, desabafou Serafim, desconfiado dos sucessivos adiamentos da questão no STF. Ele entende que Alexandre votaria contra a ZFM.

É SÓ ENROLAÇÃO

Segundo Serafim, é preocupante o protelamento da ADI da Nókia no STF.

A ação não consta na pauta de julgamentos da Suprema Corte para o mês de março, restando a expectativa de que seja incluída na pauta de abril. “É só enrolação”, diz o parlamentar.

PROPINA VIROU GORJETA

Chocou o país a declaração do desembargador Ivan Athié, durante sessão da 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), de quinta-feira passada. Ele disse que os pagamentos de propinas investigados na Operação Lava-Jato podem ser apenas “gorjeta”.

Para Roberto Romano, professor de Filosofia e Ética da Unicamp, o desembargador relativizou o pagamento de propina quando não há essa distinção em se tratando de dinheiro público, que deve ser investido em benefícios da população. Subtraí-lo não é gorjeta, mas corrupção.

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ASSUNTOS: Arthur Neto, tarifa dee ônibus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.