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PMDB começa a encolher e vive a sua maior crise no Amazonas


Por Raimundo de Holanda

28/02/2017 20h25 — em
Bastidores da Política



O PMDB cansou. O partido viu as expectativas de poder frustrarem-se e agora está dividido. Dos três deputados estaduais - Vicente Lopes, Alessandra Campelo e  Wanderley Dalas - pode perder um deles nos próximos dias. As conversas para a mudança de sigla avançaram nas últimas semanas motivadas principalmente pela pressão das bases - onde se concentra um grande número de cabos eleitorais para os quais foram prometidos cargos e espaço no governo - que não  aconteceu com a derrota  do senador Eduardo Braga em 2014 e a frustração que representou a união com o PSDB do prefeito Arthur Neto.

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Tem deputado preocupado com a falta de recursos, o distanciamento das bases e a perda de espaço para deputados governistas, que usam, a seu modo,  as facilidades  que a máquina oferece. 

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E ainda tem o tempo de campanha, que ficou muito curto. A conclusão é que o Partido vem cometendo muitos eros, o último foi não ter disputado com candidato próprio a prefeitura de Manaus

Ficou coroa e ninguém lembrou dela na  terça-feira de Carnaval

Sem festas, sem comemorações, nem bloco “desfilando na avenida”, assim a Zona Franca de Manaus ‘passou’ ontem o seu aniversário de 50 anos, numa terça-feira de Carnaval. Nem as grandes escolas apostaram no modelo econômico: enredos lembram os 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, os 36 anos do bairro São José, a Lava Jato e o Padim Ciço.

Atravessando um momento de crise e mudanças, a ZFM terá pela frente ainda mais 56 anos para mostrar que pode vencer as ‘amarras’ que impedem sua expansão para modelos alternativos de sustentação.

Até hoje, ao longo de meio século como projeto de desenvolvimento regional, a ZFM disputa solitária uma corrida com barreiras, que são impostas pela força política autofágica e devoradora dos ‘mais fracos’.

Por exemplo: a ZFM produziu R$ 15,76 bilhões em tributos federais em 2015 (RF), mas em 2016 chegou a R$ 14,67 bilhões. Números iguais ao Orçamento do Amazonas nos dois últimos anos: R$ 16 bilhões em 2016 e R$ 14,6 bilhões para 2017.

Ou seja, embora os amazonenses sejam responsáveis pela produção anual de um enorme montante de impostos, o governo federal, em sua ‘gula fiscal’, leva daqui metade do valor dos tributos que o Estado produz.

Em resumo, nestes 50 anos não conquistamos uma Matriz Econômica e continuamos sob a tutela de uma Matrix política. Será por isso o aniversário sem carnaval?.  

Decisão difícil

Pelo andar da carruagem, deverá demorar a manifestação do TJ/AM e do TCE sobre ação conjunta DPE/MP-AM obrigando Governo do Estado e Prefeitura a concederem subsídios às empresas de transporte coletivo.

Esse tipo de renúncia é considerado polêmico entre os magistrados, já que pressupõe intromissão em uma questão tida como prerrogativa do poder Executivo;

Silas, o jornalista...mas como ?

Condenado recentemente por falsidade ideológica, mas sem cumprir pena por conta da prescrição do crime, o deputado Silas Câmara não está nem aí e segue de costas para a plateia e pintando coisas do arco da velha.

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Agora, ele desponta como jornalista, formado pela Faculdade Boas Novas, onde, segundo estudantes da instituição, ele jamais apareceu.

Gastança de Momo

Em pleno recesso de janeiro, os deputados federais promoveram uma gastança da ordem de R$ 10 milhões da cota parlamentar envolvendo propaganda, passagens aéreas e combustível.

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Agora, eles têm 90 dias para apresentar as notas fiscais referentes aos gastos e reembolsarem a Câmara.

Políticos felizes

O senador Eduardo Braga compôs ontem uma galaria de políticos ‘felizes’ com o feriadão de carnaval, do “CarnaUOL”, numa foto montagem do blog “Jornalistas Livres”. Entre os risos de felicidade, Braga aparece junto com os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Fernando Bezerra, e o ex-ministro da Justiça, Alexandre Moraes.

IR prás ruas

Sem marchinhas nem caricaturas, mas com uma constância preocupante. Assim o Brasil carnavalesco se manifesta com o “Fora Temer!” em placas, cartazes, nas fachadas e, principalmente, inundando os comentários nas redes sociais, onde já se fala em ir pras ruas.

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Com suas manobras de ‘raposa felpuda’ para proteger os amigos e ex-inimigos agora aliados, Temer caiu em desgraça com o povão. Se cair da cadeira será por culpa sua.

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ASSUNTOS: crise, Eduardo Braga, pmdb

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.