Irmão de David Almeida será ouvido em inquérito que investiga superfaturamento de cirurgias no Amazonas
A portaria da Procuradora Bruna Menezes Gomes da Silva, instaurando inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na gestão do Hospital Dephina Aziz, não se destina apenas a investigar denúncia de superfaturamento na contratação de cirurgias eletivas. Objetiva, também, questionar a constitucionalidade de o governo colocar uma organização social para gerir um hospital público e nessa condição intermediar contratações, inclusive em proveito próprio, o que coloca o Imed e o Estado em uma situação complicada.
Acusado de superfaturar cirurgias, o Imed ainda utilizou uma instituição pública para realizá-las, o que elevaria o sobrepreço dos procedimentos, considerando o espaço e os equipamentos utilizados, que são patrimônios do Estado.
A investigação não é um ato isolado do Ministério Público Federal. Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público Estadual também participam. O TCE enviou para o MPF uma série de documentos que comprovam superfaturamento em contratos com o Imed durante a gestão do governador interino, David Almeida. Esses documentos apontam “mudanças’ nos tipos de cirurgias, sendo a maioria eletivas, o que não justifica o regime de urgência da contratação. Cirurgias de pele, como retirada de sinais, foram consideradas emergenciais, sem que os custos baixassem.
A investigação entrará na casa da família do ex-governador interino, David Almeida. Seu irmão, Daniel Almeida, será um dos primeiros a ser ouvido. Daniel aparece em gravação pressionando a diretora do Instituto Gente Amazônica (Igam), que denunciou o superfaturamento de cirurgias no hospital Delphina Aziz. Na gravação ela chama Daniel de "bandido" e diz que ele está por trás do esquema.
Você pagando a conta
Das cirurgias identificadas até agora , e supostamente realizadas na gestão do interino David Almeida, a maioria não precisava de internação e outras sequer exigiam anestesia raquiana, entre elas 360 procedimentos dermatológicos, como retirada de ‘sinais’.
O pior disso tudo é que o contribuinte está pagando um preço alto por esses procedimentos, acreditando que o governo interino realmente estava atendendo casos graves no hospital.
Câmara dá exemplo
Enquanto os servidores da Assembleia lutam por reposições salariais ‘atrasadas’, recuperação de perdas e equiparação com os servidores do TCE, que ganham o dobro, na Câmara a CCJ já aprovou o projeto que concede revisão salarial de 10% aos seus servidores.
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A proposta de revisão salarial, que tramita em regime de urgência, é decorrente da perda de poder aquisitivo dos servidores ativos e inativos da Câmara.
A rota de Rotta
O vice - prefeito Marcos Rotta galgou ontem o segundo degrau para chegar ao comando da capital em 2020. Eleito presidente do diretório municipal do PSDB, Rotta ganha ‘força’ entre os tucanos para suceder Arthur Neto. Outro vice de Arthur, Carlos Souza, também ‘tucanou’.
Reforma administrativa
O líder de Amazonino na Assembleia, Dermilson Chagas confirmou que vai haver reforma administrativa no governo, inclusive com possíveis fusões ou extinção de secretarias, tudo para garantir o bom funcionamento da máquina pública.
Crime e política
Está programada para esta semana uma nova reunião entre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Voltarão a debater a influência do crime organizado no processo eleitoral de vários estados, incluindo o Amazonas onde se suspeita da participação financeira da facção Família do Norte (FDN) na eleição de prefeitos e vereadores em 2016.
Darci “ditadora”
A exoneração de Rose Aguiar do gabinete da vereadora Joana Darc está dando o que falar nas redes sociais. Bióloga, ela ganhava R$ 1.274,00 e era membro da equipe PET, que realizava ações de caridade envolvendo animais abandonados. Em postagens nas redes, ela acusa Darc de “antiética” e “ditadora”.
Homenagem aos professores
O Dia do Professor, que é comemorado neste domingo, terá na segunda-feira uma sessão especial na Assembleia Legislativa, proposta pelos deputados Sinésio Campos e Luiz Castro.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.