Uber e 99 anunciam volta do serviço de mototáxi em São Paulo para 11 de dezembro
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As empresas Uber e 99 anunciaram nesta terça-feira (18) que os serviços de transporte de passageiros em motos, na cidade de São Paulo, voltarão a ser oferecidos em 11 de dezembro, um dia após o fim do prazo de 90 dias dado pelo TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) para que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) regulamente a atividade.
O anúncio também ocorre uma semana após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter derrubado uma lei do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que permitia às prefeituras proibirem o serviço localmente.
Uber e 99 divulgaram uma carta conjunta na qual justificam a decisão. "Neste cenário, com as autorizações da Justiça, não há mais por que esperar. Por isso, a 99 e a Uber vêm a público firmar um compromisso público e voluntário que será seguido quando o serviço de motoapp reiniciar na cidade de São Paulo no dia 11 de dezembro", diz o documento.
Procurada, a gestão Nunes não havia comentado a decisão das empresas até a publicação deste texto.
O desembargador Ricardo Dip, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, rejeitou os embargos de declaração da prefeitura paulistana no processo que decidiu ser inconstitucional a proibição do serviço de transporte por aplicativo em motos ou mototáxi.
A decisão do magistrado, que é relator do caso, foi dada em 22 de outubro.
Os embargos de declaração são parte de recurso para situações em que a defesa entenda que houve alguma obscuridade, imprecisão, contradição ou omissão na decisão.
No recurso, a defesa da gestão Ricardo Nunes (MDB) cita que regularização do tema compete ao município. E que a questão do transporte por aplicativo vale para quem tem carteira de habilitação B, que é só para carros.
Em setembro, por unanimidade o Órgão Especial decidiu que decreto que proíbe o transporte remunerado de passageiros por moto na capital paulista era inconstitucional e que não cabe ao município proibir a modalidade, o que só poderia ser feito por lei federal.
A determinação passará a valer 90 dias após a publicação do acórdão, período no qual a prefeitura deve regulamentar o serviço, ou seja, no início de dezembro.
Na época, Nunes criticou a decisão da Justiça que barrou um decreto seu, de 2023, que proibia o transporte remunerado de passageiros em motocicletas.
"Inacreditável o TJ desconsiderar uma lei estadual em vigor. Somado a isso, falta de preocupação com a vida das pessoas", afirmou o prefeito à Folha de S.Paulo.
Em junho, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou um projeto de lei que concede às prefeituras a autonomia para vetar ou regulamentar o transporte de passageiros por motocicletas.
O texto do deputado Fábio Faria de Sá (Podemos), aprovado pela Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).
Desde 2023, a Prefeitura de São Paulo e as empresas de aplicativo travam uma disputa judicial sobre a legalidade do serviço de transporte de passageiros por motocicletas.
Em maio de 2025, o juiz Josué Vilela Pimentel, da 8ª Vara da Fazenda Pública do TJ-SP, declarou inconstitucional o decreto do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que proibia a atividade. Dias depois, porém, a Justiça voltou a suspender o funcionamento do Uber Moto e de outros aplicativos do setor como a 99.
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