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Teto de restaurante de Fogaça desaba e deixa uma pessoa morta na Bela Vista

Por Folha de São Paulo

08/10/2025 15h15 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O teto do restaurante Jamile, do chef Henrique Fogaça, desabou na tarde desta quarta-feira (8), deixando uma pessoa morta. A vítima é uma mulher que ficou presa nos escombros. O estabelecimento fica na região da Bela Vista, no centro de São Paulo. As causas ainda serão investigadas.

Um homem também havia ficado sob a estrutura que caiu e foi retirado por volta das 15h. Ele foi encaminhado ao Hospital das Clínicas consciente.

Cerca de 20 pessoas estavam no restaurante quando o mezanino desabou, todas funcionárias do estabelecimento. O Jamile ainda não havia aberto as portas quando do incidente --o atendimento começaria minutos depois, ao meio-dia.

Entre as vítimas resgatadas, uma foi encaminhada ao pronto-socorro e outras duas às UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da Vila Mariana e Vergueiro, bairros próximos ao local. Uma quarta vítima foi socorrida pelo Samu.

O Corpo de Bombeiros a princípio havia divulgado que uma explosão de gás poderia ter causado o incidente. O capitão Maycon Cristo, porém, descartou essa hipótese horas depois. Segundo ele, não houve vazamento de gás nem incêndio. "Houve a queda do mezanino. Não teve explosão nenhuma. O mezanino cedeu."

Segundo os bombeiros, duas vítimas tiveram lesões nas costas (uma delas apresentou dificuldade para respirar). Outra teve escoriações.

O incidente ocorreu por volta das 12h. A reportagem presenciou o socorro de três pessoas, levadas em ambulâncias. Uma mulher foi retirada de dentro do restaurante com uma tala no braço.

Funcionários do restaurante ficaram espalhados pela rua 13 de Maio, assustados, e evitam falar do acidente. Uma trabalhadora, de uniforme, foi acolhida em um restaurante próximo, aos prantos.

A rua está interditada no trecho das cantinas italianas. Por volta das 13h30 havia sete ambulâncias estacionadas, do Samu e dos bombeiros. O helicóptero Águia, da Polícia Militar, está pousado em um terreno próximo.

O imóvel consta com CLCB (Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros) válido.

Em nota, Fogaça afirmou que "manifesta sua solidariedade integral às vítimas e a seus familiares, reafirmando que sua principal preocupação neste momento é o bem-estar de todos os envolvidos e o acompanhamento da assistência necessária".

O chef disse que está fora do país, mas que mantém contato com os responsáveis pelo restaurante. Ele afirmou que não possui participação societária e que "sua atuação se restringe à criação e assinatura do cardápio da casa, sem envolvimento na gestão administrativa ou operacional do estabelecimento".

GRANDE ESTRONDO

Dono do estacionamento vizinho ao restaurante, José Antônio de Lima diz ter ouvido um barulho forte. "Eu tava no estacionamento e ouvi um estrondo. Quando olhei lá na porta [do restaurante], tinha caído o teto inteiro. E o pessoal tudo correndo para fora, desesperado."

Segundo ele, havia cerca de 15 pessoas no estabelecimento no momento do acidente. "Não tinha clientes, porque abre meio-dia. Faltavam dez minutos para o meio-dia quando caiu."

Da ambulância, Josefa Maria Irma ligou para a irmã Helena dizendo que o teto havia ido abaixo.

"Ela está bem, mas disse que ficou muito machucada", afirmou Helena, que foi até o restaurante para pegar os documentos da irmã, que estaria com dificuldades de ser atendida na UPA da Vila Mariana exatamente pela falta da documentação.

"Quando fui perguntar o que havia acontecido, a ligação caiu", afirmou.

Cleoneide Bittencourt estava em frente à Escola Estadual Maria José, duas quadras distante do local do acidente, quando começou a correria na 13 de Maio.

"Começaram a gritar que havia explodido o restaurante e vim ver o que aconteceu ", afirmou ela, que é moradora do bairro e se aglomerava com outros curiosos na calçada a perto da faixa de interdição da rua.

Nivaldo Ramos, manobrista de um estacionamento ao lado, disse que os vizinhos ficaram sem entender o que tinha acontecido, até que começaram a ver pessoas saindo machucadas de dentro do restaurante.

O Jamile está num prédio de três andares e foi reformado na época da inauguração, em 2015. A cozinha está no segundo andar, que divide espaço também com depósito e área administrativa. A parte arquitetônica era apontada como um dos diferenciais do local, com tijolos à mostra e grandes áreas envidraçadas. A decoração conta com objetos garimpados pelos sócios ao redor do mundo.

Com dez anos de funcionamento, o restaurante oferece opções de comida contemporânea e pratos autorais. O estabelecimento foi um dos três restaurantes de Fogaça em São Paulo que permaneceram abertos durante a pandemia. Trabalhava apenas com entregas na época.

Conhecido na gastronomia paulistana, Fogaça ficou famoso por sua participação como jurado no reality show Masterchef, da Band, ao lado de Paola Carosella e Érick Jacquin. Ele também é dono dos restaurantes Sal, de alta gastronomia, e Cão Veio.

O cozinheiro é também conhecido também por outras atividades: é skatista e vocalista da banda de rock Oitão.


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