Compartilhe este texto

Suspeitos de matar Bruno e Dom são ouvidos em inquérito sobre crime organizado no Amazonas

Por Folha de São Paulo

16/10/2025 17h15 — em
Variedades



PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Teve início nesta quinta-feira (16) o interrogatório de Rubén Dario da Silva Villar, apontado como mandante dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, e de Amarildo da Costa de Oliveira, suspeito de ser o autor dos disparos.

Oliveira e Villar estão entre os dez réus que serão ouvidos em audiências que fazem parte de um inquérito sobre organização criminosa e devem prosseguir até sexta-feira (17) na Justiça Federal em Tabatinga, no Amazonas. O caso corre em paralelo à investigação sobre a morte de Bruno e Dom.

Os réus respondem por envolvimento em uma rede de extração, caça e pesca ilegais na terra indígena Vale do Javari, na divisa com o Peru e a Colômbia. Devido à quantidade de depoimentos a serem colhidos, a Justiça optou por dividir as audiências em dois dias. A defesa deles não foi localizada pela reportagem.

Villar e Oliveira, conhecidos como Colômbia e Pelado, estão presos e participarão por videoconferência.

A Justiça aceitou em julho deste ano a denúncia do Ministério Público Federal que tornou Villar réu sob acusação de ser o mandante das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips, que faziam uma expedição no vale do Javari quando foram assassinados a tiros em junho de 2022, depois esquartejados e queimados.

Os restos mortais foram encontrados pela Polícia Federal, com a colaboração de indígenas da região do Vale do Javari. A defesa de Villar nega que haja indícios de sua participação.

Segundo o relatório da Polícia Federal que embasou a denúncia, concluído em novembro de 2024, os dois foram mortos como represália às atividades de fiscalização feitas por Bruno Pereira na região.

De acordo com a investigação, Villar comandava uma rede criminosa no vale do rio Javari e era responsável pela estrutura operacional, incluindo embarcações, armas e combustível, de pescadores e trabalhadores ilegais no local.

Ele também intermediaria o comércio dos produtos extraídos, revendidos depois para compradores de cidades no Amazonas, na Colômbia e no Peru.

Colômbia foi preso em julho de 2022, depois de apresentar documento falso ao se apresentar voluntariamente à Polícia para prestar depoimento, no qual negou participação nos crimes. Concedida prisão domiciliar em outubro, ele acabou retornando à prisão em dezembro daquele ano e segue preso desde então.


Siga-nos no
O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Variedades

+ Variedades