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Rio decreta toque de recolher e restrição de horário para bares e restaurantes

Por Folha de São Paulo

04/03/2021 13h05 — em
Variedades



RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Rio de Janeiro seguiu o movimento de outras regiões e decidiu decretar toque de recolher, restrição de horário para bares e restaurantes e proibição de festas e comércios nas praias para conter a disseminação do novo coronavírus, que já atinge recordes no país.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial da cidade e por enquanto valem por uma semana, das 17h desta sexta (5) até a próxima quinta (11). Segundo as novas regras, será proibido permanecer em espaços públicos, praças e ruas entre as 23h e as 5h, apesar de continuar permitida a circulação.

Bares, lanchonetes e restaurantes só poderão abrir das 6h às 17h, com 40% de sua capacidade, inclusive em shoppings e centros comerciais. Já as demais atividades com atendimento presencial podem funcionar entre as 6h e as 20h, também com a mesma ocupação.

Está proibida qualquer atividade comercial ou prestação de serviço nas praias e na orla, como ambulantes e quiosques, além de eventos e festas em locais públicos ou privados, boates, casas de espetáculo e feiras em geral -apenas as feiras livres permanecem liberadas.

Não estão incluídos nas restrições os serviços considerados essenciais: assistência em saúde e veterinária, farmácias, postos de combustíveis, cadeia de abastecimento e logística, transporte, entrega em domicílio e outros "trabalhadores de atividades que não admitam paralisação".

A responsabilidade pela fiscalização é da Secretaria Municipal de Ordem Pública, da Guarda Municipal e do órgão de vigilância sanitária da Saúde. Os agentes poderão reter ou apreender mercadorias, instrumentos musicais e veículos, assim como aplicar multas e interdições -o valor fixado para pessoas físicas é de R$ 562,42.

É a primeira vez que o Rio restringe atividades desde a reabertura em meados do ano passado. Mesmo quando os casos e mortes voltaram a subir, no final de 2020, as atividades econômicas e espaços de lazer permaneceram abertos.

O estado registra 66% das suas UTIs ocupadas nesta quinta, com apenas uma hora de espera para leitos, mas a capital tem situação pior. Desde novembro, o município mantém um índice acima de 80% e chegou a 91% nesta quinta-feira.

O prefeito Eduardo Paes (DEM), que vinha resistindo a adotar regras mais rígidas como outras cidades, argumentando que os dados locais ainda apontavam para uma redução da doença, afirmou em entrevista coletiva nesta quinta (4) que a intenção é se antecipar a um novo colapso.

Segundo ele, a decisão foi tomada porque se notou nos últimos dias um aumento dos atendimentos de pacientes com sintomas gripais em unidades da rede básica e em UPAs (unidades de pronto atendimento).

"É um dado que vem me incomodando desde o finalzinho da semana passada, daí eu ter intensificado o debate com os especialistas nos últimos dias. Nosso objetivo aqui é nos antecipar para manter os números baixos que estamos tendo esse ano. Não queremos decretar nenhuma medida sem razão de ser. São evidências científicas, não é achismo do prefeito", defendeu.

Ao lembrar que o Rio foi a capital brasileira com mais mortes, ele disse que "o Rio de Janeiro não é uma ilha" e que "as restrições que alguns consideram duras hoje, muito radicais, estão sendo tomadas para que decisões duras de verdade, radicais de verdade não sejam tomadas".

As regras foram definidas após uma reunião na noite desta quarta (3) com o governador em exercício Cláudio Castro (PSC), que mantém as regras estaduais de janeiro que autorizam shows, festivais, boates, casamentos e outras festas, desde que com uso de máscara, ocupação de 50% e consumo apenas sentado.

Poucas horas antes desse encontro, Castro declarou em entrevista coletiva que não haveria lockdown no RJ. "Eu vou dizer uma coisa aqui que eu sei que vai dar confusão, mas no nosso estado, enquanto os índices de ocupação estiverem assim, podem esquecer lockdown", afirmou.

"O lockdown tira o emprego do mais pobre. Se tivermos que fazer alguma situação, será negociada com o parlamento e com a classe produtiva, para que a gente possa sim preservar vidas, que eu não tenho dúvida de que é o mais importante, mas também preservando emprego e economia", acrescentou.

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