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Protestos são normais em um país democrático, mas houve excesso, diz presidente da COP30

Por Folha de São Paulo

12/11/2025 15h26 — em
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BELÉM, PA (FOLHAPRESS) - O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, afirmou que protestos como os que aconteceram na terça-feira (11) na conferência do clima são normais em um país democrático. Disse ainda que houve excessos, mas sem explicar se por parte dos seguranças do evento ou dos manifestantes.

Segundo os organizadores da marcha que percorreu ruas de Belém, havia cerca de 3.000 pessoas em uma manifestação com foco em sáude e clima. Havia ainda bandeiras da Palestina e críticas à exploração de petróleo na Foz do Amazonas.

Após a marcha, uma parte menor dos manifestantes tentou entrar na zona azul da conferência, um espaço controlado pela ONU e restrito a pessoas credenciadas para o evento, como negociadores e membros das delegações dos países participantes.

Esse grupo passou pelos bloqueios que isolavam as ruas próximas ao pavilhão da COP30 e, quando tentaram entrar no prédio, o policiamento, feito pelas Nações Unidas, reprimiu o ato. Houve briga, e pelo menos dois seguranças ficaram feridos.

"O incidente de ontem é uma coisa que acontece num país democrático como o Brasil", disse Corrêa do Lago nesta quarta-feira (12). "Houve um certo excesso, mas eu acredito que é uma coisa que entra dentro de um contexto muito mais amplo, e a gente não pode deixar de lembrar [...] que essa já é a COP mais inclusiva. Então as pessoas têm espaço, pleno espaço para manifestar todas as suas reticências, discordâncias, dificuldades."

Segundo presidente da COP30, o tema está sendo tratado entre a UNFCCC, o braço de clima da ONU, e a Casa Civil, ministério que foi responsável por organizar a logística e a segurança da cidade de Belém durante a conferência. Corrêa do Lago afirmou ainda que o episódio não afetou em nada as negociações climáticas.

Após três anos, essa é a primeira vez que a COP acontece em um país que não reprime (mesmo que parcialmente) manifestações populares —as últimas edições ocorreram no Egito, nos Emirados Árabes Unidos e no Azerbaijão. Esse fato foi celebrado por integrantes do governo Lula, que defendem que a conferência precisa incluir a participação da sociedade em seus debates e ocorrer sob regimes democráticos.

Por regra, porém, a zona azul é administrada pela ONU e, dentro dela, o órgão não permite que sejam realizados atos ou protestos sem aviso prévio e consentimento.

A segurança no entorno dessa área, no entanto, está sob responsabilidade do governo Lula, que decretou uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para que as Forças Armadas auxiliem no policiamento. Inclusive, foi colocado um blindado militar brasileiro no início das barricadas de rua feitas pela segurança brasileira, e soldados foram espalhados em postos pela área.


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