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Produção de vacina está totalmente parada e ritmo da imunização pode diminuir, diz governo de SP

Por Folha de São Paulo

14/05/2021 9h35 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo João Doria (PSDB) afirmou nesta sexta-feira (14) que o processo de produção da Coronavac está totalmente parado devido a falta de insumos e que ritmo de imunização no estado de São Paulo pode diminuir.

Segundo o Instituto Butantan, há 10 mil litros dos insumos da Coronavac na China à espera de autorização —o material corresponde a cerca de 18 milhões de doses da vacina. O material permanece parado em meio a uma crise diplomática causada por críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à China.

Nesta sexta, o Instituto Butantan entregou o último lote da Coronavac, de cerca de 1 milhão de doses. Com isso, não há mais entregas previstas até a chegada dos insumos novamente, o que não há previsão de acontecer até o momento.

"Quando vamos parar? Nós esperamos de fato que o programa estadual não pare. Podemos diminuir o ritmo, mas nós até esse momento não paramos", disse a coodenadora estadual de imunização, Regiane de Paula.

Até o momento, há vacinas para os grupos anunciados até o próximo dia 21, que inclui pessoas com comorbidades e deficiência permanente entre 45 e 49 anos. "Temos vacinas para fazer essas entregas conforme foram comprometidas", disse Regiane.

A coordenadora de imunização também relatou frustrações sucessivas em relação à vacina da AstraZeneca/Oxford, que no Brasil está a cargo Fiocruz. "Só para vocês terem uma ideia, nessa semana nós tínhamos a expectativa de receber quase 1 milhão de doses da vacina da Fiocruz. Recebemos quase 40% a menos desse quantitativo", disse.

No entanto, o governo paulista afirmou que a Fiocruz recebeu autorização para a chegada de insumos da vacina da AstraZeneca/Oxford, o que vê como um sinal positivo. "Hoje, com essa perspectiva de chegada de IFA, que nós possamos rapidamente começar a produção com esse novo IFA", disse Regiane.

A Fiocruz informou que suspenderá por alguns dias a produção da vacina da Astrazeneca até a chegada de novos insumos.

O governador João Doria responsabilizou o governo federal pela paralisação das autorizações de remessas de insumos para o Brasil. "Todos sabem, temos um entrave diplomático, fruto de declarações desastrosas feita pelo governo federal contra a China e isso gerou um bloqueio por parte do governo chinês da liberação do embarque dos insumos", disse Doria, que fez um apelo aos chineses e disse que os brasileiros não pensam como o presidente Jair Bolsonaro.

No início do mês, em um novo ataque à China, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que o país asiático teria se beneficiado economicamente da pandemia e afirmou que a Covid pode ter sido criada em laboratório —ecoando tese que não encontra respaldo em investigação da OMS sobre as possíveis origens do vírus.

Questionado sobre eventuais instrumentos contratuais para garantir as doses compradas, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o primeiro contrato com a farmacêutica chinesa Sinovac, de 46 milhões de doses, acaba de ser cumprido com apenas 12 dias de atraso. Já o segundo, de 54 milhões de doses, está começando agora.

"Neste momento o que se atrasa é a previsão. Tinha a previsão de se entregar em maio 12 milhões de doses, vamos entregar um pouco mais de 5 milhões. Em junho, tínhamos a previsão de 6 milhões de doses. Se o IFA chegar muito rapidamente, vamos cumprir, recuperar o cronograma de maio e cumprir o cronograma de junho", disse Covas.


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