Polícia indicia vereador de MG suspeito de matar ex-noivo
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou por homicídio qualificado o vereador Lucas Coelho (PSD), 33, do município de Araújos (a 150 km de Belo Horizonte).
Ele está preso sob suspeita de matar o ex-noivo, o professor Jhonathan Silva Simões, 31. O assassinato ocorreu em 29 de maio, na cidade de Formiga (a 195 km da capital mineira).
A polícia anunciou na sexta (13) a conclusão do inquérito, que será remetido ao Ministério Público. Durante as investigações, o vereador teve o mandato suspenso na Câmara Municipal de Araújos.
Lucas Coelho se entregou à Polícia Civil em 5 de junho. Acompanhado por advogados, ele permaneceu em silêncio na ocasião, segundo a corporação.
A Folha de S.Paulo tentou contato com a defesa do vereador por telefone na tarde deste domingo (15), mas não conseguiu localizá-la até a publicação desta reportagem.
Na sexta, a Polícia Civil afirmou que imagens de sistema de videomonitoramento registraram, no dia do crime, a chegada de um carro preto, sem placas, à casa da vítima.
"Ainda por meio das câmeras, foi possível identificar o suspeito aguardando a chegada do ex e o momento dos disparos efetuados contra a vítima. Após o crime, o homem fugiu no veículo, não sendo mais localizado", disse a corporação.
Conforme as investigações, o carro foi alugado em Bom Despacho (a 113 km de Formiga) no dia do crime e devolvido um dia antes da apresentação do suspeito às autoridades.
De acordo com a Polícia Civil, Lucas Coelho e o ex-companheiro mantiveram um relacionamento com registro de agressões e ameaças.
A corporação disse que a vítima chegou a procurar a Polícia Militar para registrar um boletim de ocorrência em fevereiro. O professor teria declarado à época ter sido alvo de agressão, além de ter seu veículo danificado.
"O relacionamento passou a ser mais conturbado ainda a partir do momento em que a vítima tomou conhecimento de que ela havia contraído o vírus HIV. A vítima se sentiu prejudicada, porque o investigado era soropositivo e não havia informado essa circunstância para a vítima quando iniciaram o relacionamento", afirmou o delegado Ricardo Augusto de Bessas, segundo nota divulgada pela Polícia Civil.
A instituição ainda disse que confirmou "o padrão de violência e a premeditação do crime" por meio da análise de mensagens e de dados extraídos de aplicativos.
Antes da prisão de Lucas Coelho, a Câmara Municipal de Araújos havia divulgado um comunicado afirmando que não tinha sido formalmente notificada sobre a investigação envolvendo o vereador.
"Reforçamos que a Câmara respeita integralmente os princípios do devido processo legal, da ampla defesa e da presunção de inocência, que são pilares do estado democrático de direito", disse na ocasião.
Depois da prisão, a Casa comunicou a suspensão do mandato do parlamentar e manifestou solidariedade à família e aos amigos da vítima.
"Lamentamos profundamente que uma situação tão trágica, que destrói vidas e marca de forma irreversível ambas as famílias, tenha acontecido. A Câmara Municipal irá acompanhar o caso e tomará todas as providências de acordo com a lei", afirmou.

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