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'Pensei que fossem minhas roupas', diz pai de criança que caiu de prédio em AL

Por Folha de São Paulo

24/05/2022 18h37 — em
Variedades



SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - O pai da criança de seis anos que caiu o quarto andar do prédio em que moravam em Maceió nesta segunda-feira (23) diz que pensou serem suas roupas sendo atiradas pela janela pela mulher, e não o filho. A madrasta confessou ter jogado a criança do apartamento, de acordo com a polícia.

Nesta terça (24), ela teve a prisão em flagrante pela Polícia Civil de Alagoas convertida em preventiva. Ela responderá por tentativa de homicídio. Até a tarde desta terça, a criança permanecia hospitalizada, com quadro de saúde estável.

Segundo o pai, ao ouvir o barulho, pensou que fossem as suas roupas sendo atiradas pela janela. No apartamento, ele não encontrou a companheira, o enteado nem seu próprio filho, que estava sendo socorrido por pessoas que passavam após cair com o rosto virado para o chão.

Na versão dele, o casal havia levado a criança para passear e para brincar num parque e, já à noite, encontraram amigos e resolveram beber numa praça.

Por conta de uma consulta médica da criança, o homem diz que chamou a companheira para casa, mas ela quis ficar, então ele deu banho no garoto e o colocou para dormir. Após aguardar, ele viu que a companheira estava entrando em uma discussão na praça, quando resolveu intervir para levá-la para a residência.

"Eu ouvi ela dizendo: 'Vou matar ele', e achei que as ameaças eram a mim. Deixei ela subir sozinha para se acalmar, daí ouvi o meu enteado gritando: 'Não, faça isso não, mãe'. Veio o barulho e pensei que fossem minhas roupas. Subi, procurei meu filho, não vi, olhei pela janela e vi aquele monte de gente perto dele. Bateu um desespero muito forte, porque ele mal conseguia falar", conta à Folha o pai, por telefone.

No Hospital Geral do Estado, a previsão é que o garoto seja liberado nesta quarta-feira (24). A criança está comunicativa e não teve fraturas, mas a observação é mantida por segurança.

Segundo o pai, o casal está junto há mais de dois anos, entre idas e vindas. A mãe da criança faleceu por problemas ocasionados pela diabetes.

"Ela [madrasta] sempre teve uma boa relação com o meu filho, embora tivesse ciúmes porque ele é muito apegado a mim. Ele sempre me abraça e me beija, embora eu sempre tenha dito que era um amor de pai e filho, muito diferente daquele que eu tinha por ela", diz.

O pai disse ainda também está machucado com arranhões no pescoço.

"Quando vi essa confusão entre ela e outra mulher, me aproximei. A outra mulher a ofendeu, disse que estava se insinuando para o marido dela, e aí eu fui chamar ela para ir para casa", disse o pai do garoto. "Ela achou que eu estava defendendo a outra mulher e partiu para cima de mim. Ela quebrou umas peças da minha moto no estacionamento, mas achei que seria melhor que conversássemos sobre isso no dia seguinte".

Ao ver o filho caído no chão, correu e se aproximou de populares, pedindo socorro.

"Eu encontrei meu filho quase inconsciente. Ele caiu com o rosto no chão, bateu a barriga. Está voltando a falar normalmente, mas reclama muito de dor. O médico nos disse que foi um milagre não ter tido um problema mais sério", acrescenta.

O homem ainda está prestando esclarecimentos no processo.

Segundo a polícia, a madrasta ainda não tem advogado. Ao ser presa, na delegacia, ela disse à imprensa local que o homem havia ameaçado o seu filho de 14 anos, dizendo que iria matá-lo. Na versão dela, o homem chegou a socá-la antes que fosse segurado por um vizinho.

A madrasta alegou que sua atitude contra a criança de seis anos foi uma reação à ameaça a seu filho adolescente.


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