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Pazuello diz que tem vacina em mãos e acusa Doria de marketing

Por Folha de São Paulo

17/01/2021 16h32 — em
Variedades



RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou neste domingo (17) que o Ministério da Saúde tem em mãos vacinas do Butantan e Astrazeneca, apesar de a pasta ainda não ter nenhuma dose disponível. Ele ainda criticou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que iniciou a vacinação no estado neste domingo (17).

"Nós poderíamos iniciar por marketing a primeira dose em uma pessoa, mas em respeito a todos os brasileiros o Ministério da Saúde não fará isso, não faremos jogada de marketing", disse Pazuello, em entrevista no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, no Rio de Janeiro.

Ele afirmou que o governo federal determinou por medida provisória que a coordenação do plano nacional de vacinação seja executada pelo Ministério da Saúde, em plano apresentado ao STF, lançado de maneira solene no Palácio do Planalto, por todos os governadores.

"Quebrar essa pactuação é desprezar a igualdade entre os estados e todos os brasileiros construída ao longo de nossa história com o programa nacional de imunização. Quebrar isso é desprezar a lealdade federativa. Não permitam movimentos políticos e eleitoreiros se aproveitando da vacinação", criticou o ministro.

Sem mencionar o nome de Doria, ele disse que o único objetivo da pasta tem que ser salvar mais vidas e não "fazer propaganda própria".

Neste domingo, em São Paulo, o governador participou de vacinação da primeira pessoa escolhida para tomar a Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria, no Brasil, com o Instituto Butantan.

Monica Calazans, 54, recebeu o imunizante depois que a Anvisa aprovou o seu uso emergencial.

Na última sexta (15), o Ministério da Saúde solicitou urgência para a entrega das 6 milhões de doses do Butantan, por enquanto com o governo de São Paulo. Além disso, a Fiocruz aguarda a chegada de 2 milhões de doses de vacina da Aztrazeneca, que ainda estão em negociações diplomáticas para que seja autorizada a entrega, segundo o próprio Pazuello.

"É provável que a gente coordene essa entrega no começo da semana", disse o ministro. Ele disse que a Índia, que vai enviar as doses, começaria sua vacinação no sábado (16), e por isso seria interessante que a saída ocorresse apenas após o início da vacinação no país asiático.

O ministro está confiante que essa semana o Brasil deve receber as vacinas da Índia e apontou que as 6 milhões de doses do Butantan são do Ministério da Saúde.

"Todas, inclusive a que foi aplicada agora, é uma questão jurídica. Tudo que tem no estado de São Paulo é contratado e pago pelo Ministério da Saúde e o contrato é de exclusividade, 100% das doses", disse o ministro.

Ele reafirmou que a coordenação do plano nacional de imunização é do Ministério de Saúde por força de lei e está pactuado com os governadores que todas as doses recebidas serão distribuídas de forma proporcional aos estados.

"Qualquer movimento fora dessa linha está em desacordo com a lei", declarou.

Pazuello disse que nesta segunda (18), a partir das 7h, o Ministério da Saúde vai iniciar a distribuição da vacina para todos os estados, com apoio do Ministério da Defesa, com deslocamento aéreo.

"Amanhã farei uma entrega simbólica aos estados e depois a FAB inicia a distribuição aos estados. Cada estado tem o seu plano logístico, são pactuados conosco, mas são dos estados, que fazem a distribuição dentro dos municípios", afirmou o ministro.

Ele afirmou que São Paulo pode fazer sua vacinação, mas que ela deve acontecer em todos os estados. Segundo ele, a vacinação será igualitária e simultânea.

Ele planejou para quarta (20), 10h, o início do plano nacional de imunização ao mesmo tempo em todos os estados.

Pazuello declarou que o Butantan tem, no momento, produzido algo em torno de 900 mil doses e mais cerca de 1,5 milhão em fase final, chegando próximo de 3 milhões de doses feitas no Brasil. Porém, o instituto ainda não pediu aprovação de uso emergencial para as doses produzidas no país.

"A aprovação da Anvisa é para as 6 milhões de doses importadas. O Butantan ainda tem que pedir e comprovar as suas ações para conseguir a utilização de uso emergencial para as doses produzidas no Brasil", disse o ministro.

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