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Número de mortes diminui 5% no Brasil e mantém movimento de queda no pós-pandemia

Por Folha de São Paulo

16/05/2025 10h15 — em
Variedades



RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Brasil registrou 1,43 milhão de mortes ocorridas em 2023, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso significa uma queda de 5% na comparação com 2022 (1,5 milhão) –ou 75,2 mil óbitos a menos.

Com a baixa, o número de mortes em 2023 (1,43 milhão) atingiu o menor patamar desde 2019 (1,32 milhão), período pré-pandemia de coronavírus. Os resultados integram as Estatísticas do Registro Civil, atualizadas pelo IBGE com informações de cartórios.

A partir de dados do Ministério da Saúde, o IBGE apontou que "grande parte" da redução em 2023 pode ser associada ao fim da pandemia. A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que a Covid-19 não era mais uma emergência de saúde pública em maio daquele ano.

Durante a crise sanitária, o Brasil amargou uma escalada no número de mortes. Segundo o IBGE, os registros tiveram altas de 14,9% em 2020, para 1,51 milhão, e de 18% em 2021, para 1,79 milhão. Depois, houve reduções de 15,8% em 2022, para 1,5 milhão, e de 5% em 2023, para 1,43 milhão.

Dos óbitos registrados no ano mais recente, 90,6% tiveram relação com causas naturais, enquanto 7,1% foram classificados como não naturais, o que abrange situações diversas, como homicídios, acidentes de trânsito e afogamentos. A fatia restante, de 2,3%, teve a natureza ignorada nos registros mapeados pelo IBGE.

Segundo o órgão, a redução do número de mortes em 2023 foi verificada em todas as grandes regiões do Brasil e em 23 unidades da federação.

Os estados que apresentaram as maiores baixas foram Paraíba (-11,8%), Rio Grande do Sul (-10,2%), Rio Grande do Norte (-7,7%), Paraná (-7%) e Ceará (-6,7%).

O aumento no número de óbitos foi verificado somente no Acre (0,6%), no Mato Grosso (0,6%), no Amapá (1,5%) e no Amazonas (2%).

O Amapá foi o local com o maior percentual de mortes por causas externas (não naturais) em 2023: 16,7% do total.

Outro estudo divulgado nesta semana, o Atlas da Violência, indicou que o estado do Norte teve em 2023 o maior aumento proporcional de assassinatos entre as unidades da federação, tanto na comparação com 2022 quanto com 2013.

O atlas foi publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

MORTES POR IDADE

No estudo do IBGE, também há recortes sobre mortes por idade. Na faixa das crianças com menos de um ano, o país registrou 27,3 mil óbitos em 2023. Isso significa 132 casos a mais do que em 2022, um acréscimo de 0,5%.

Entre as crianças de cinco a nove anos, o número de óbitos foi de 3.299 em 2023, 164 a mais do que no ano anterior (alta de 5,2%).

"É importante mencionar que esse grupo etário é o que apresenta menor volume de óbitos entre os grupos de idade selecionados", diz a pesquisa do IBGE.

"Os dados do SIM [sistema do Ministério da Saúde] corroboram um aumento do número de óbitos entre crianças de 5 a 9 anos de idade, indicando que as doenças respiratórias (gripe, pneumonia, bronquiolite, asma etc) foram a quarta causa de óbito, e as principais responsáveis pelo aumento no número de óbitos nesse grupo etário em 2023", acrescenta o instituto.

No outro extremo da população, formado por idosos de 80 anos ou mais, o IBGE contabilizou quase 445 mil mortes em 2023. Isso representa uma queda de 7,9% ante 2022 –ou 38 mil a menos.

SUB-REGISTRO RECUA NO BRASIL

O IBGE ainda divulgou nesta sexta as estimativas de sub-registro de óbitos. Esse indicador corresponde ao percentual de mortes não registradas em cartório.

Para estimá-lo, os pesquisadores do instituto pareiam as bases de dados do registro civil e do Ministério da Saúde.

Em 2023, o sub-registro foi de 3,55%, abaixo dos 3,65% de 2022. O nível mais recente é o segundo menor da série histórica iniciada em 2015, ficando acima apenas dos 3,49% de 2021. A taxa estava em 4,89% em 2015.

Os maiores percentuais de 2023 foram registrados nas regiões Norte (12,29%) e Nordeste (7,83%), segundo o instituto.


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