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Na pandemia, celebração do Rosh Hashaná tem jantar com videoconferência

Por Folha de São Paulo

19/09/2020 16h34 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A tecnologia deu uma forcinha à tradição para a celebração da chegada do ano 5781 do calendário judaico, que começou nesta sexta-feia (18). Pela primeira vez no Brasil, sinagogas transmitiram, pela internet ou pela TV, a cerimônia do Rosh Hashaná, o Ano-Novo judaico.

Famílias que, tradicionalmente, faziam as rezas nas sinagogas e reuniam familiares e amigos jantares tiveram que se adaptar à pandemia da Covid-19. A família de Renata Gildin, 43, foi uma delas. O salão de festas do prédio, reservado ainda no início do ano, foi substituído pela sala de jantar de casa. E, em vez das cerca de 40 pessoas presentes, somente ela, o marido e três filhos.

"Para nós, esse momento está sendo um pouco difícil por causa do isolamento. Como temos pessoas de idade avançada na minha família e na do meu marido, preferimos evitar fazer um grande encontro. Em outros anos, sempre celebramos todos juntos", ela afirma.

Para diminuir os riscos, as famílias se reuniram para rezas e também para o jantar, repleto de pratos simbólicos para trazer um ano bom, por videoconferência. "Por um lado, é ótimo que temos a tecnologia, que é uma maneira de estarmos juntos virtualmete, mas faz falta estar com as pessoas."

Segundo Ricardo Berkinensztat, presidente executivo da Federação Israelita de São Paulo, a expectativa é que mais de 25 mil pessoas acompanhem a cerimônia, que tem rezas até a manhã de domingo. Apesar de inédita no Brasil, a transmissão já acontece em outros países.

Para Renata, os principais desejos para o ano 5781 são de que, na próxima festa, a separação não seja necessária, com uma vacina eficiente e acessível. "Para que todos possamos voltar ao normal, não ao 'novo normal'."

Além de transmitir as celebrações pelo site cip.org.br/aovivo, a Congregação Israelita Paulista (CIP) irá difundir pela TV Aberta (canal 9 da Net e canal 8 da Vivo) as rezas de Ano-Novo e de Yom Kipur, o Dia do Perdão.

"Talvez seja algo que veio para ficar, independente da pandemia, porque alcança também pessoas mais idosas, enfermas e que não podem se locomover", diz Berkinensztat.

A partir do dia 27, a celebração Yom Kipur traz ainda outra inovação para a comunidade judaica em São Paulo: o Centro Cultural e Social Bnei Chalutzim, em Alphaville, vai reunir as famílias para as rezas, feitas por um cantor litúrgico e um coral, em um cinema drive-in.

Já as sinagogas ortodoxas terão cerimônias presenciais com número reduzido de pessoas, seguindo protocolos de segurança para minimizar o risco de transmissão. Segundo Berkinensztat, isso se dá porque, na interpretação ortodoxa, a transmissão estaria ferindo o que determinam as escrituras sagradas.

As adaptações alcançam também o toque do shofar, instrumento feito de chifre de carneiro que faz um chamamento à reflexão durante a celebração do Ano-Novo. Neste ano, o instrumento será tocado em praças públicas para que mais pessoas possam escutar.

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