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Motoboys fazem protesto contra aumento de abordagens policiais em SP

Por Folha de São Paulo

27/05/2022 14h36 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Grupos de motoboys de várias regiões da capital paulista fazem um protesto na tarde desta sexta-feira (27) em frente ao Masp (Museu de Artes de São Paulo), na avenida Paulista. Eles reclamam, entre outros, da rigidez de abordagens policiais intensificadas no início do mês com a Operação Sufoco, mega-ação contra roubos e furtos de celulares e contra golpes com Pix.

Eles também pedem também aumento na remuneração pelos aplicativos de entrega e incentivos para regularização de entregadores.

Segundo organizadores, cerca de 400 motoboys estavam na Paulista por volta das 14h desta sexta, mas outros 200 vindos da região do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual no Morumbi, zona oeste, também estariam indo para o local.

O movimento foi organizado por grupos de WhatsApp, segundo Gerônimo Lima Gusmão, 30, que saiu de Itaquera, na zona leste, para participar do protesto.

A Operação Sufoco foi implantada depois do assassinato de Renan Silva Loureiro, 20, morto por um falso entregador na zona sul da cidade.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, até a tarde de quinta-feira (26), a operação havia detido no estado mais de 2.600 pessoas suspeitas e apreendido 6.500 veículos, entre carros e motos, sendo que 402 tinham sido roubados ou furtados e acabaram recuperados. "No período, foram apreendidas, aproximadamente, 13,4 toneladas de drogas, 152 armas de fogo e 18 armas brancas."

"Soubemos que pararam mais de 6.000 motoboys, o que é válido, entendemos a posição do governador [Rodrigo Garcia, do PSDB], que ficou triste com a morte daquele menino, mas só 340 estavam irregulares", disse Gusmão. "A maioria que está aqui sustenta família, levando delivery para dentro da casa das pessoas."

O motoboy disse que um entregador de seu grupo teve a moto apreendida pela polícia recentemente porque estava com o espelho retrovisor riscado.

Os entregadores que participaram do protesto querem incentivos para regularizar a situação de seus veículos. "Tem gente aqui que não tem dinheiro para consertar a moto."

Eles também defendem a criação de um cadastramento simplificado para os entregadores, com um número na mochila que estaria registrado na empresa para ajudar na identificação do trabalhador e evitar que seja confundido com um criminoso, por exemplo. "Se o entregador não tiver o número cadastrado ao ser parado pela polícia, aí, sim ele teria a moto apreendida", afirmou Gusmão.

Na quinta-feira, sindicato e outros representantes da categoria participaram de uma reunião com a Secretaria da Segurança Pública. Foi apresentada uma proposta semelhante, a de um cadastro provisório, com o número cadastrado e a placa da motocicleta registrado no baú -o sindicato dos motoboys é contra o uso de mochilas.

"O trabalhador não pode ser penalizado pela desobediência das empresas de aplicativos que distribuem mochilas sem critérios para pessoas não cadastradas", afirma Gilberto de Almeida, presidente do SindimotoSP.

O delegado Luís Francisco Segantin Junior, que conversou com o grupo na quinta-feira, confirmou que foi debatida a criação do cadastro.

Segundo a prefeitura, o Departamento de Transportes Públicos (DTP) tem atualmente 8.201 licenças na modalidade motofrete cadastradas. Mas de acordo com a CPI dos Aplicativos, da Câmara Municipal, cerca de 250 mil motofretistas trabalham sem regulamentação alguma na capital.


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