Moradores de bairro onde homem foi jogado de ponte temem represália; vizinhos dizem que ele saiu de SP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Moradores da Vila Clara afirmam que abordagens violentas de policiais militares são corriqueiras na região e que temem represálias. É no bairro da zona sul de São Paulo que fica a ponte da qual um PM arremessou um motoqueiro no início da semana.
Vizinhos disseram também que o homem e sua família deixaram a cidade após a repercussão do caso. Eles moravam em um bairro vizinho, também na zona sul.
A reportagem percorreu a região nesta quarta (4), mas a maioria das pessoas afirmou ter medo de comentar o caso. Mesmo quem aceitou conversar com a reportagem pediu para não ter seus nome divulgado por temer represálias.
Esses moradores disseram que as ações violentas das forças de segurança ocorrem principalmente quando há bailes funk na região o que acontecia quando o homem foi jogado da ponte pelo PM.
Uma pessoa afirmou que são usadas até seis viaturas, que ficam posicionadas próximas aos bailes. Em determinado momento, os agentes correm em direção a onde está a multidão, para dispersar os grupos.
Segundo esse morador, até três meses atrás era comum o uso de bombas de gás lacrimogêneo e gás de pimenta nessas ações, mas isso não tem mais acontecido.
Testemunhas dizem também que um grupo de pessoas que estava indo ajudar o jovem arremessado da ponte foi dispersado por policiais.
Os moradores confirmaram ainda o relato da polícia de que o homem jogado da ponte sobreviveu à queda. Segundo eles, ele saiu do local com um ferimento na testa.
Segundo a Corregedoria da polícia, 13 agentes relacionados ao caso foram afastados das atividades de rua até o fim das investigações. O órgão também pediu a prisão do PM responsável por arremessar o jovem da ponte.
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