Compartilhe este texto

Mapeamento vai mostrar dados sobre educação da população trans masculina

Por Folha de São Paulo

28/06/2022 16h36 — em
Variedades



CÓRDOBA, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Para tentar resolver a falta de dados sobre a educação de homens trans no Brasil, uma iniciativa lançada ano passado tentou mapear a situação desse grupo da população em todo o país. E o plano agora é ampliar essa ação ainda em 2022.

Chamado "A Dor e a Delícia das Transmasculinidades no Brasil", o levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT) e pelo Instituto Internacional Sobre Raça, Igualdade e Direitos. De acordo com o documento, 12,7% dos 1.217 homens trans entrevistados disseram ter o ensino superior completo, e 23,5%, o ensino médio completo.

Para comparação, entre mulheres trans e travestis, apenas 0,02% estão na universidade, 72% não possuem o ensino médio, e 56%, o ensino fundamental, segundo o projeto Além do Arco-íris/Afro Reggae.

O Ibrat prepara um aprofundamento dos dados para este ano. O instituto está criando um mapeamento mais amplo, através de um questionário que pode ser respondido por todos os brasileiros transmasculinos em seu site.

"A gente sente a necessidade de investigar por que essas pessoas interrompem os estudos. E, se continuam, o que acontece?", detalha Dan Kaio Lemos, coordenador nacional do IBRAT.

"Percebemos que, diferente das mulheres trans e travestis, as quais muitas vezes nem chegam à graduação, entre os homens trans que chegam ao nível superior, existe o fenômeno do assujeitamento, que é quando eles se sujeitam a usar nomes com os quais não se identificam ou usam o banheiro feminino, para conseguir terminar os estudos, por exemplo", afirma.

"Entendemos também que o próprio cenário da educação é produtor de violência, tanto física quanto psicológica, quando não permite que a pessoa se insira nos espaços", completa ele.


Siga-nos no
O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

ASSUNTOS: Variedades

+ Variedades