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Maioria dos que tiveram Covid afirma que não estava vacinada à época

Por Folha de São Paulo

15/01/2022 19h34 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Nove em cada dez brasileiros que afirmam ter contraído a Covid-19 não estavam com ciclo vacinal completo ou nem sequer estavam vacinados quando tiveram a doença, segundo pesquisa Datafolha.

A pesquisa foi feita com 2.023 pessoas maiores de 16 anos de todos os estados do país. Foram feitas entrevistas por telefone nos dias 12 e 13 de janeiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

A informação que abre este texto diz respeito somente ao grupo que declarou ter tido Covid, 647 pessoas. Nesse grupo, 10% dos entrevistados estavam com ao menos duas doses da vacina.

O Datafolha aponta que pouco menos de 10% dos adultos do país afirmaram que não tinham a cobertura vacinal primária completa quando contraíram a doença. Isso representaria cerca de 15 milhões de brasileiros com mais de 18 anos e com menos de duas doses de vacina recebida.

Aqui vale uma ressalva: o instituto não diferenciou a vacina da Janssen, de dose única, ou seja, em linhas gerais, foi considerado que o imunizante em questão teria regime primário ideal de duas doses.

No fim do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a orientação de que todos que tomaram a vacina da Janssen devem tomar uma dose de reforço da mesma fabricante de dois a seis meses após a dose inicial. De acordo com a pasta, há um aumento significativo da proteção com o reforço.

O consórcio de veículos de imprensa, colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1, aponta que 68% da população total do Brasil já estão com esquema primário completo, ou seja, com duas doses de vacina ou com uma dose da Janssen —diferença importante de ser notada em relação aos dados do Datafolha. Para a população adulta, o consórcio aponta que 89,63% receberam duas doses ou o imunizante de dose única.

Ao serem contaminados pelo Sars-CoV-2, 76% dos entrevistados brancos afirmam que não tinham tomado nenhuma dose da vacina e 87% e 86% de pardos e pretos, respectivamente, respondem o mesmo.

Olhando por regiões, 79% dos entrevistados do Sudeste se contaminaram quando ainda não tinham tomado a vacina, contra 88% do Centro-Oeste e do Norte, e 87% do Nordeste.

Ainda segundo a pesquisa, 95% dos assalariados sem registro, ao ter Covid, não tinham tomado nenhuma dose do imunizante. Porcentagem tão alta —também 95%— se repete somente entre estudantes.

A taxa cai para 83% entre os assalariados registrados, para 69% entre funcionários públicos e para 65% entre aposentados.

Há também diferenças entre as pessoas com ensino superior que contraíram Covid sem ter tomado nenhuma dose de vacina (77%) e as com ensino médio (87%) e fundamental (83%).

A diferença é maior ao se observar as divisões por renda familiar. Cerca de 69% das pessoas com mais de dez salários mínimos de renda familiar mensal pegaram Covid ainda sem qualquer dose de vacina recebida. Para os que têm renda de até dois salários mínimos, a taxa sobe para 90%.

Os dados anteriores podem ser representações das diferentes pandemias vividas no Brasil, principalmente ao se considerar o período pré-vacinal, em 2020, e os primeiros meses de 2021, com vacinação disponível somente para alguns grupos etários, ao mesmo tempo que a variante gama fazia o país acumular números elevados de casos e mortes.

Ao menos parte dos empregos formais, com salários costumeiramente mais elevados, possibilitavam o trabalho remoto e, consequentemente, menos deslocamentos e menos risco de contágio. Enquanto isso, outros trabalhos, principalmente os informais, com remuneração menor, resultaram em continuidade dos serviços e em um risco maior.

Separando os dados por religiões, 90% dos evangélicos que tiveram Covid afirmam que, ao se contaminarem, não tinham recebido nenhuma dose da vacina. Para católicos, a taxa ficou em 80%, e para espíritas, em 71%.


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