Governo estuda mandar aviões da FAB para buscar equipamentos médicos na China
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ministério da Saúde estuda enviar aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para trazer da China equipamentos médicos a serem usados na prevenção e no tratamento da Covid-19 no Brasil. O uso de aeronaves do governo seria uma das três estratégias consideradas pela pasta para a retirada de itens importados. "Com a retomada da produção na China, a expectativa é a normalização futura da oferta dos equipamentos, a adequação dos preços e a retomada da compra descentralizada. Para a retirada desses produtos adquiridos pela pasta estão sendo analisadas três estratégias: a utilização de voos comerciais regulares que têm se mostrado difícil devido à diminuição de voos, a contratação de aviões cargueiros e o envio de aeronaves da FAB." Os Estados Unidos também enviarão 23 aviões para voltar com toneladas de equipamentos e produtos hospitalares da China. A notícia acendeu luz amarela em especialistas brasileiros que tentam comprar insumos de empresas do país asiático. A notícia mostra que vamos ter sérios problemas de abastecimento, diz o médico Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz que hoje negocia com empresas do país asiático a importação de insumos para a fundação, vinculada ao Ministério da Saúde, e outros para órgãos do país. O capitalismo selvagem vai se impor. Cada país vai querer se proteger, diz ele. Morel afirma que a pressão sobre as empresas chinesas está no nível máximo e os preços dos insumos médicos estão aumentando freneticamente. Sobem de um dia para o outro. Morel diz que as companhias chinesas já começaram a avisar que muitos equipamentos, como leitos hospitalares, só poderão ser entregues em junho. Os vôos ordenados pela Casa Branca para a China foram noticiados pelo The New York Times. O jornal diz que o primeiro avião trouxe 80 toneladas de mercadorias, como 10 milhões de luvas, 1,8 milhão de máscaras, aventais e milhares de termômetros.
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