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Funcionários do metrô de SP fazem vaquinha para ajudar entidades carentes

Por Folha de São Paulo

21/09/2021 16h05 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As dificuldades trazidas pela pandemia de Covid-19 dificultaram a vida da Sociedade do Lar das Mãezinhas, localizada na Penha (zona leste da capital paulista). A entidade, que fica na zona leste de São Paulo, cuida atualmente de apenas 13 idosas --o número já foi mais que o dobro disso.

Por causa dos problemas sanitários enfrentados pelo país, o local precisou abrir mãos dos eventos que realizava ao longo do ano e que ajudavam no sustento da folha de pagamento, que passa de R$ 40 mil, conta a diretora Ivani Milani de Almeida, 70.

Nesta quarta-feira (15), porém, o Lar das Mãezinhas recebeu uma boa notícia: uma vaquinha feita por funcionários do Metrô de São Paulo conseguiu comprar 37 cestas básicas para o local.

No total, 50 entidades que atendem população carente serão beneficiadas pela iniciativa do Projeto Social Vem (Voluntários Engajados do Metrô de São Paulo). As doações serão entregues até o final de setembro.

No total, 86 funcionários de diferentes áreas do metrô se engajaram na campanha com o objetivo de arrecadar fundos para a compra e a doação de alimentos. Eles se dividiram em oito grupos encarregados pela arrecadação, pelo controle de separação, pela contagem, pesagem e armazenagem dos mantimentos, além da escolha dos beneficiados.

De 28 de julho e 31 de agosto, foram arrecadados R$ 73 mil e 18 toneladas de alimentos entre 950 doadores, todos trabalhadores da estatal, que hoje possui cerca de 8.000empregados, segundo Roberto Torres Rodrigues, 61, gerente do empreendimento Linha 15-prata do Metrô.

Para potencializar a arrecadação, no dia 28 de agosto, a Banda dos Seguranças do Metrô fez um show no Pátio Itaquera --o evento seguiu o modelo de drive-in, com o público dentro dos carros.

"Os R$ 73 mil e as 18 toneladas [de alimentos] a gente transformou em 1.724 cestas básicas", explica Torres.

Segundo ele, além de ajudar as pessoas, a ideia do projeto é também promover o intercâmbio entre os voluntários e melhorar a qualidade de vida dentro e fora da empresa.

"Por conta da pandemia, o ano passado começamos com um trabalho onde sou gerente, na Linha 15-prata. Tivemos a ideia de juntar um grupo de pessoas e começar a fomentar ajuda e instituições de caridade", diz ele. "Na prática, a ajuda ao próximo traz a melhoria do convívio entre as pessoas dentro da organização. A ideia, no futuro, é buscar o selo social do Metrô", completa.

O voluntariado dentro do metrô não chega a ser uma novidade --já existiam grupos de funcionários com trabalhos pontuais. "Os grupos de voluntários continuam com esses trabalhos mais peculiares, mas também atuam junto no plano corporativo, como foi esse na ação solidária contra a fome", explica.

"Resgatando aquela história da parábola do garoto que devolvia estrelas ao mar, quando questionado sobre não resolver o problema de todas as estrelas, ele disse que não precisaria resolver o problema de todas as estrelas. O que importa é que para essa que eu devolvi eu fiz a diferença. O nosso trabalho tem esse viés: não vou resolver o problema do mundo, mas consigo fazer a diferença na vida de muita gente. É isso que o grupo tem em mente e dá valor".

Os voluntários afirmam que pretendem manter o projeto vivo e já pensam na estratégia que adotarão para continuar as arrecadações com foco em 12 de outubro, para o Dia das Crianças, e no Natal.

Segundo a Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), ter atitudes solidárias pode inclusive ajudar na saúde das pessoas, evitando problemas no coração.

Outros estudos indicam que agir em benefício alheio tem efeitos psicológicos positivos, ainda mais se a atividade é contínua. Fazer doações também traz mais felicidade.

De acordo com o Relatório Mundial de Felicidade de 2019, pesquisas apontam forte conexão entre voluntariado e maior satisfação existencial, emoções positivas e redução da depressão.


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