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Frio muda rotina de trabalhadores de SP, e ambulantes faturam com touca e luva

Por Folha de São Paulo

19/05/2022 10h37 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com sensação térmica de 2°C na capital, trabalhadores encapuzados aguardavam seu transporte em pontos de ônibus e estações de metrô de São Paulo nesta quinta-feira (19).

A maioria saiu de casa preparada para enfrentar a gelada manhã com casaco, cachecol e luva. Mas teve quem enfrentasse o frio apenas com um par de chinelos.

Gorros e capuzes de casacos protegiam a cabeça da maioria contra a friagem. Nas mãos, alguns usavam luvas, enquanto a maioria recorria a bolsos de casacos e calças para se proteger.

Enquanto muitos iniciam o dia de trabalho, Daniela Maria de Souza, 40, esperava o ônibus para ir descansar em casa, às 6h. Ela conta que a baixa temperatura fez até com que mudasse alguns hábitos para superar o frio.

"O frio mudou minha rotina. Tô com muita roupa, cachecol... Café, que eu não tomava, e chá quente. Tudo para manter o corpinho aquecido", diz ela, que trabalha com na área de segurança no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, na zona oeste.

Por sorte, relata Camargo, ela fez rondas apenas em lugares fechados e conseguiu fugir do frio das ruas. "A madrugada foi de muito frio, mas eu tive um pouquinho de conforto, uma colher de chá", disse ela.

"Touca! Luva!", grita o vendedor ambulante Edvaldo Rosa dos Santos, 54, para atrair clientes próximo à entrada da estação São Paulo-Morumbi. Por ali, além de fones de ouvido e cabos de carregador de celular, ele vende luvas por R$ 10 e cachecóis por R$ 30. Nos últimos dias, diz que houve mais procura pelos seus produtos.

Vestindo quatro blusas, Santos conta que estava mais preparado para a frente fria nesta quinta do que na quarta-feira, quando a capital registrou a sua madrugada mais fria para um mês de maio em 18 anos, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas), da prefeitura. A temperatura média mínima na cidade na madrugada foi de 7°C. A sensação térmica em algumas regiões, como Parelheiros, chegou a -5,4°C por volta das 3h10.

Na quinta, a temperatura está mais agradável, avalia o vendedor, que lembra que no dia anterior sofreu mais com o forte vento que batia na região. "Hoje tá bom, dá até para tirar uma blusa", brinca ele, às 6h30.

Perto dali, a cuidadora de idosos Juliana Maçado, 37, aguardava o ônibus para chegar ao trabalho na Vila Sônia, também na zona oeste. Às 7h, ela usava duas calças, três malhas e um casacão verde. De máscara, obrigatória para passageiros do transporte público, ela concorda que o acessório contra a Covid-19 também protege contra o rosto contra o vento. "Me embrulhei com todas as roupas, só a mão ficou para fora", afirma ela.

A cinco quilômetros dali, no Terminal Pinheiros, a faxineira Maria da Glória, 54, também se protegia do frio com a mesma quantidade de camadas que Juliana.

Ela, que esperava pelo ônibus para dar início ao dia de trabalho na Vila Madalena, contou à reportagem que é difícil não passar frio durante o dia, uma vez que fica em contato com água em boa parte do turno. "Tomo muito chá, café e, à noite, me agasalho e durmo cedo", relata Maria que sente ainda mais frio onde vive, no Marsilac, zona sul de São Paulo.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), as temperaturas permanecerão baixas nesta quinta (19) e sexta-feira (20), com previsão de 7°C de mínima e 15°C de máxima, na quinta, e 7°C de mínima e 16°C de máxima, na sexta. A expectativa é que a temperatura fique ainda mais baixa nos extremos da cidade, com possibilidade de geada nos pontos mais altos, mais próximos à serra do Mar.


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