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Escolas infantis de SP, atingidas em cheio por pandemia, veem luz no fim do túnel

Por Folha de São Paulo

17/09/2020 19h04 — em
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ainda que considerem tardia a autorização para a reabertura parcial das escolas em São Paulo, donos das unidades de ensino avaliam que a retomada pode ajudar a recompor parte do quadro de matrículas que perderam durante a suspensão de aulas.

Nesta quinta-feira (17), o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou que a partir de 7 de outubro as escolas da rede pública e privada poderão abrir para desenvolver atividades extracurriculares. Apesar de limitar a quantidade de alunos que podem ser atendidos, 20% nas públicas e 35% nas particulares, não há uma definição de quais são as atividades permitidas.

A autorização preocupa professores, que temem que a indefinição sobre as atividades prejudique seguir com o mesmo formato de antes da pandemia. Especialmente na educação infantil (dos 0 aos 5 anos), em que as aulas não seguem um formato tradicional.

"Pode nos ajudar a recuperar parte das matrículas perdidas. Não tudo, claro, mas a recompor parte do fluxo financeiro pelo menos. Porque as famílias voltaram a trabalhar e recorreram a babás, mas preferem o cuidado da escola", diz Eliomar Pereira, presidente do Semeei (sindicato das escolas de educação infantil).

Ainda que avalie como tardia, o Sieeesp (sindicato das escolas particulares) também diz considerar positiva a abertura para atividades extracurriculares, mesmo sendo um retorno tímido e muito restrito.

"Vamos começar um mês depois das outras cidades paulistas, muito tempo depois de outros países, demorou para que o prefeito se sensibilizasse. Mas ainda assim é importante que comece. Logo, as famílias e as autoridades vão ver que é seguro e cobrarão por uma reabertura maior", diz Benjamin Ribeiro, diretor do sindicato.

Levantamento feito pela Fenep (Federação Nacional de Escolas Particulares) indica que 300 mil docentes - 70% deles da educação infantil - foram demitidos durante a pandemia por causa da queda de matrículas.

Os sindicatos de professores, no entanto, questionam a pertinência das atividades a serem desenvolvidas nas escolas nesse período e as condições de segurança nas unidades.

"Vamos colocar os professores, as famílias, os alunos em risco para atividades que não estão nem ao menos bem definidas", diz José Donizete Fernandes, presidente do Sinpeeem (sindicato dos professores da rede municipal).

O SinproSP (sindicato dos professores de escolas particulares) também questiona como a prefeitura irá fiscalizar se as atividades são extracurriculares e se o atendimento se limita a 35% das crianças.

"O Sinpro lamenta que tenha prevalecido uma narrativa que não encontra amparo na realidade. Do ponto de vista pedagógico, que escola é essa que será aberta? O que é possível fazer em 34 dias letivos, com aulas presenciais apenas uma ou duas vezes por semana?", questiona a entidade em nota.

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