Defesa de integrantes da Mancha procurados por emboscada diz não ter acesso a informações
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A defesa de quatro membros da Mancha Alviverde, procurados pela Justiça, disse em nota que não teve acesso à investigação contra eles. Eles são suspeitos de envolvimento na emboscada a cruzeirenses na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, no último dia 27. Na ocasião, uma pessoa morreu e 20 ficaram feridas.
Seis integrantes da organizada têm mandados de prisão expedidos pela Justiça e são considerados foragidos, entre os quais o presidente Jorge Luis Sampaio, 43, e o vice-presidente Felipe Mattos dos Santos, 31.
Os advogados que defendem Jorge Luis e Felipe, além de outros dois foragidos, disseram em nota enviada à reportagem neste domingo (2) que não tiveram acesso ao inquérito.
"A defesa até o momento não possui acesso ao inquérito, tampouco ao resultado das diligências. A imprensa possui mais informações que a própria defesa constituída, mesmo o caso estando em segredo de Justiça, isso é uma afronta ao Estado de Direito e ampla defesa dos averiguados", declararam em nota os advogados Gilberto Quintanilha Pucci e Luiz Ferreti Junior.
Jorge Luis era funcionário do gabinete do líder do PL na Câmara de São Paulo, Isac Félix, e foi exonerado dois dias após a emboscada, segundo a coluna Painel.
Policiais civis e promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) fizeram uma operação na manhã da última sexta-feira (1°) para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra eles. Todos têm passagens por brigas e Lei Maria da Penha.
Os agentes estiveram na sede da torcida, na rua Palestra Itália, em Perdizes, zona oeste. Objetos ligados à torcida foram apreendidos.
A emboscada
O ataque a dois ônibus onde estavam torcedores da Máfia Azul deixou um morto e cerca de 20 feridos. O motoboy José Victor Miranda, 30, foi agredido e sofreu queimaduras pelo corpo, conforme a PRF (Polícia Rodoviária Federal). Um dos veículos atacados foi incendiado e o outro, depredado.
Uma semana depois da emboscada, só um suspeito de envolvimento no caso foi preso. Ele foi localizado em uma residência na Freguesia do Ó, na zona norte da capital paulista. No local, também houve a apreensão de uma barra de ferro.
O suspeito, cujo nome não foi divulgado, não está entre os seis foragidos.
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que o suspeito detido na sexta foi indiciado pelos crimes de homicídio, lesão corporal, dano, tumulto e associação criminosa. Ele foi conduzido à carceragem do 8º Distrito Policial, onde permanece detido à disposição da Justiça.
"As investigações prosseguem, sob sigilo, pela 6ª Deatur/Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), que realiza diligências para a localização dos outros envolvidos e cumprimento dos respectivos mandados de prisão", afirmou.
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