BNDES, Bradesco e Fundo Ecogreen anunciam criação de certificadora de carbono
ALEXA SALOMÃO
BELÉM (PA)
Nova empresa privada vai contar com acompanhamento técnico da Aecom, uma das maiores consultorias do mundo em gerenciamento de emissões Ambição dos parceiros é dar qualidade ao uso da terra nos diversos biomas do Brasil e também atuar em outros países tropicais
(FOLHAPRESS) Em 11/11/2025 18h05
BNDES, Bradesco e o Fundo Ecogreen anunciaram, nesta terça-feira (11), a criação de uma certificadora de créditos de carbono. Batizada de Ecora, essa nova empresa vai contar com o acompanhamento técnico da Aecom, umas das maiores consultorias globais em engenharia, infraestrutura, meio ambiente e sustentabilidade. O anuncio foi feito como parte da agenda da COP30, em Belém, no Pará.
Vista de fazenda no Tocantins que integra pecuária, preservação de babaçus e geração de créditos de carbono; nova empresa vai atuar em todos os biomas Divulgação/Caaporã/Fundo Vale A imagem mostra um campo verdejante com várias palmeiras ao fundo. As palmeiras estão distribuídas de maneira uniforme, com um céu claro e algumas nuvens visíveis. A vegetação é densa e predominante na parte inferior da imagem. **** A ambição dos parceiros é que a Ecora possa se tornar uma referência, impulsionando o avanço de políticas públicas de descarbonizaão e contribuindo para dar qualidade ao uso da terra, a partir dos projetos de preservação e recuperação de áreas degradas em todos os tipos de biomas --amazônia, cerrado, mata atlântica, pantanal, para citar alguns exemplos.
A criação dessa nova certificadora também busca estabelecer padrões de governança adaptados às realidades regionais do Brasil, contribuindo com a consolidação do mercado de carbono e atendendo à crescente demanda por créditos.
Apesar de a Ecore ser brasileira e formatada para atender a diversidade local, a estrutura vai permitir que ela amplie o raio de ação e atue em nível internacional, atendendo outros países com florestas tropicais.
Para contribuir com a formatação da Ecora, o BNDES realizou, no primeiro semestre deste ano, em conjunto com o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima), uma consulta pública sobre o cenário da certificação de carbono no mercado voluntário do Brasil.
O mercado de crédito de carbono está em fase de implantação no país. Já foi aprovada a Lei nº 15.042/2024, que institui o SBCE (Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões) e estabelece um mercado regulado de carbono , com cotas de emissão e possibilidade de negociação dos créditos.
A expectativa é que uma empresa privada que tenha apoio de dois dos maiores bancos do país e de empresas conceituadas na área ambiental possa melhorar a credibilidade e ampliar a transparência dos negócios com carbono. O setor hoje atrai muita desconfiança, especialmente após denúncias de fraudes.
Em outubro, por exemplo, A Polícia Federal realizou a Operação Greenwashing, que indiciou 31 pessoas suspeitas de participarem de um esquema criminoso que geração de créditos de carbono a partir da grilagem de terras públicas no sul do Amazonas.
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