Após anos de hegemonia dos tons neutros e ambientes minimalistas, a arquitetura e o design de interiores buscam novos caminhos. Mas o que explica essa busca por mais cor, vida e personalidade? A resposta está no estilo Joyful, uma tendência que não é apenas estética, mas um manifesto em prol do humor e do bem-estar. 

A ascensão do estilo Joyful na arquitetura representa uma mudança de foco do projeto do vazio para o projeto do afeto. A principal ferramenta para essa transformação é a cor, explica a arquiteta Judy Souza, da construtora amazonense Tec Obras.

Segundo ela, longe de ser apenas um detalhe, a paleta Joyful é integrada ao próprio esqueleto do ambiente, com a aplicação de cores vivas e saturadas diretamente nas paredes, tetos e até em fachadas. “Essa escolha cromática não é aleatória, mas sim, uma decisão arquitetônica que visa influenciar positivamente a experiência, injetando energia e dinamismo ao espaço”, ressalta. 

De acordo com a arquiteta da Tec Obras, a tendência mostra que a arquitetura pode ser uma experiência sensorial completa. “A cor vibrante de uma parede pode influenciar o humor. A textura de um tecido pode trazer conforto. Nós projetamos para todos os sentidos, criando ambientes que se adaptam e evoluem com a vida dos moradores, em vez de se manterem estáticos. A casa, assim, se torna um espaço vivo e inspirador”, observa Judy Souza. 

"Após anos em domínio da neutralidade, resgatamos a cor para trazer a arquitetura de volta à vida. O Joyful é a prova de que a funcionalidade e a beleza podem coexistir com a personalidade. Nós não apenas construímos, nós infundimos alegria em cada metro quadrado", explica. 

A confluência entre o estilo Joyful e a arquitetura amazônica emerge como um campo de exploração promissor para profissionais que buscam ir além da estética, focando na sustentabilidade e no impacto psicológico dos espaços. Essa correlação, diz ela, transcende a mera aplicação de cores vibrantes e se aprofunda na valorização da arquitetura vernácula da região, marcada pela adaptação ao clima e ao ecossistema.
 
A incorporação do artesanato como elemento de design não é apenas uma escolha decorativa, mas um ato de valorização cultural, destaca a profissional da Tec Obras. “Cestarias, cerâmicas e outros objetos produzidos por artesãos locais são inseridos no ambiente, infundindo a história e o significado da cultura amazônica nos espaços, reforçando a identidade e o pertencimento, que são essenciais para o bem-estar”, reforça.