Pessoas idosas devem se manter ativas sexualmente, afirma SBGG
Na semana em que é celebrado o Dia Mundial da Saúde Sexual (04 de setembro) e o Dia do Sexo (06 de setembro), uma parte importante da sociedade acaba sendo “esquecida”, por muitos acharem que já “não tem mais idade para isso”. Pelo contrário, pessoas idosas podem (e devem) manter uma rotina sexual ativa.
O fato é que a sexualidade nesta fase da vida, para muitos, ainda é um tabu. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sexualidade diz respeito à motivação das pessoas em buscar amor, contato e intimidade, integrando pensamentos, sentimentos e ações que impactam diretamente sua saúde física e mental. No entanto, no caso das pessoas idosas, a sexualidade ainda é um tabu, com a sociedade achando, por exemplo, que pessoas com mais de 60 anos são assexuais, o que dificulta a inclusão da sexualidade nesta fase da vida.
Segundo o presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) de São Paulo, Diego Félix Miguel, há aspectos biológicos que podem alterar, sim, o desejo sexual nesta faixa-etária, como questões hormonais, doenças e o uso de medicamentos, por exemplo.
Mas, a sexualidade em pessoas mais velhas muda ao longo do tempo e, quando vivida, é parte importante de uma vida saudável. “A sexualidade nesta fase da vida não deixa de existir e traz benefícios à saúde. Ela proporciona bem-estar físico, mental e social, e deve fazer parte do processo de envelhecimento das pessoas de maneira ativa e saudável. Dar visibilidade à sexualidade da pessoa idosa contribui com a desmistificação do assunto”, afirma o especialista da SBGG.
Suporte médico
Como a percepção da sociedade sobre a pessoa idosa envolve tabus, desinformação e até mesmo preconceito, essas pessoas tendem a se isolar, evitando oportunidades de interação com outros indivíduos e evitando também compartilhar seus problemas de saúde que podem afetar sua sexualidade.
Neste caso, o especialista da SBGG orienta a procura de apoio médico, que pode abrir um diálogo sobre o assunto e realizar exames para identificar como recuperar a sexualidade. “Pelo lado social, é importante que a pessoa idosa participe de espaços que estimulem sua convivência com outras pessoas, como clubes, academias e bailes. E, ao abrir espaço para o diálogo, o médico ou profissional de saúde pode proporcionar um ambiente de respeito, educação e apoio, ajudando a combater estigmas e a melhorar o bem-estar geral das pessoas idosas”, afirma Miguel.
ASSUNTOS: Saúde e Bem-estar