Pais de jovens com morte cerebral se revezam no CTI ao lado do filho
RIO - Pai e mãe do jovem Renan Grimaldi, de 18 anos, estão se revezando ao lado filho que está no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). A repercussão e a comoção do caso fez com que a direção do Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, abrisse uma exceção. Acompanhantes não podem ficar com pacientes internados no CTI. O estudante sofreu um acidente de carro e teve a morte encefálica declarada pelos médicos. Os aparelhos que mantinham seu organismo funcionando artificialmente teriam que ser desligados, como mandam os procedimentos padrões. Segundo a direção, a permissão foi dada em respeito à família, que está com dificuldade de entender o diagnóstico.
— A direção do hospital deixou que eu e a mãe dele, só nós dois, ficássemos ao lado dele. Agora (na manhã desta sexta-feira) estou indo para o hospital para ficar com ele. A mãe (Vanessa Loureiro da Silva) passou a noite com ele e precisa descansar — disse o empresário Rodrigo Amorim Grimaldi.
O drama da família teve início após a morte encefálica ter sido atestada, na terça-feira, por meio de exames realizados num período de 48 horas. Nesta quinta-feira, por volta das 9h, a direção do hospital chamou o pai de Renan, o empresário Rodrigo Amorim Grimaldi, e disse que, atendendo aos apelos da família, não desligaria os aparelhos, mesmo contrariando as normas. Do lado de fora da unidade, os mais de cem amigos e parentes comemoraram a decisão. Vanessa, a mãe, se jogou ao chão de joelhos.
Estudante do 1º ano ensino médio do Colégio Franklin Carneiro, em Brás de Pina, Renan é muito popular entre os amigos e definido como um “meninão brincalhão”. No sábado, ele sofreu um acidente de carro em Olaria e foi levado para o Getúlio Vargas.
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