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Vídeo mostra assessora apontando indecisão de Bolsonaro sobre vacina

Por Folha de São Paulo

24/07/2021 19h05 — em
Política



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A três dias antes do fim do prazo para aderir à Covax Facility, iniciativa global para facilitar o acesso de países a vacinas contra Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro ainda não tinha decidido sobre o assunto, segundo relatos de assessora da Casa Civil.

Talita Saito é subchefe adjunta de política econômica da Casa Civil. Em vídeo divulgado neste sábado (24) pela Crusoé, ela disse, no dia 15 de setembro do ano passado, que a "decisão ainda não foi tomada".

"O presidente da República ainda não se posicionou em relação à entrada do Brasil no instrumento ou não", afirmou Saito.

No dia 18 de setembro de 2021, último dia do prazo divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o governo brasileiro então divulgou a intenção de aderir ao consórcio global.

Procurado, o Palácio do Planato ainda não respondeu sobre o motivo da demora para a decisão. A Casa Civil também ainda não se manifestou.

A Covax foi criada como uma espécie de aliança e consórcio entre países que visa garantir investimentos para pesquisa, produção e oferta equitativa de vacinas contra a Covid-19.

Inicialmente, a previsão era que houvesse o fornecimento de doses para pelo menos 20% da população de cada país vinculado à aliança.

No dia 24 de setembro de 2021, Bolsonaro editou duas medidas provisórias para liberar R$ 2,5 bilhões, que viabilizaram a entrada do Brasil na Covax Facility.

"Com isso, espera-se que, por meio deste instrumento, o Brasil possa comprar o equivalente para garantir a imunização de 10% da população até o final de 2021, o que permite atender populações consideradas prioritárias", afirmou, em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República, na ocasião.

Saito, no vídeo divulgado neste sábado, já havia indicado, em reunião interministerial no dia 15 de setembro do ano passado, que o governo optaria por uma adesão reduzida.

"Na carta enviada à [Aliança] Gavi de sinalização do posicionamento do Brasil, nós nos posicionamos com uma intenção de vacinar, de imunizar 20% da população. Houve uma alteração de posicionamento por parte do Ministério da Saúde. Hoje, eles se posicionaram como necessária a imunização de 10% da população", disse a assessora da Casa Civil.

Outro vídeo divulgado pela Crusoé mostra uma reunião ministerial do dia 2 de setembro sobre a aliança global. Na conferência virtual, foi citada a dificuldade de interpretação de termos em inglês no contrato.

Na semana passada, coluna Painel da Folha apontou essa dificuldade com base em documentos enviados à CPI da Covid, em setembro de 2020.

Nos documentos, a consultoria jurídica do Ministério da Saúde foi solicitada a se manifestar sobre o consórcio Covax Facility e disse que o fato de a documentação estar em inglês dificultou a análise porque os servidores não tinham "conhecimento suficiente de tal língua estrangeira a ponto de emitir manifestação conclusiva."


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