PF prende presidente da Alerj por suposto vazamento de operação contra crime organizado
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO, 3 Dez (Reuters) - O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso nesta quarta-feira pela Polícia Federal acusado de vazar informações e atrapalhar investigação sobre a influência do crime organizado no Legislativo fluminense, disseram fontes com conhecimento direto do caso.
Em comunicado, a PF afirmou, sem identificar os alvos da operação, que cumpriu um mandado de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão, além de um mandado de intimação para cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"A ação se insere no contexto da decisão do Supremo Tribunal Federal no âmbito do julgamento da ADPF 635/RJ (ADPF das Favelas) que, dentre outras providências, determinou que a Polícia Federal conduzisse investigações sobre a atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no Estado e suas conexões com agentes públicos", acrescentou a corporação.
Segundo duas fontes, que falaram sob condição de anonimato, Bacellar é suspeito de ter vazado informações sobre operação deflagrada pela PF em setembro contra o deputado estadual Thiego Santos, conhecido como TH Jóias, acusado de ligação com o Comando Vermelho e de ser um representante da facção criminosa na Alerj.
Em outubro, a polícia do Rio deflagrou uma megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos, sendo 117 suspeitos e 4 agentes das forças de segurança, na ação policial mais letal da história do país.
Nem a Alerj nem a defesa de Bacellar se pronunciaram de imediato sobre a prisão do presidente da Assembleia.
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