Marçal e Nunes disputam narrativa sobre bandeira de apoio a candidato do PRTB no 7 de Setembro
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A campanha de Pablo Marçal (PRTB) acusa funcionários da Prefeitura de São Paulo, comandada por Ricardo Nunes (MDB), de serem os responsáveis por uma bandeira em homenagem ao influenciador com a mensagem: "Bolsonaro parou e Marçal começou. Pablo Marçal presidente do Brasil", estendida durante um ato na avenida Paulista, no último sábado (7).
A mensagem teria causado irritação no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo o site Metrópoles. A frase, que provoca Bolsonaro e exalta o candidato das eleições de São Paulo, se tornou alvo de disputa de narrativas entre as campanhas de Marçal e de Nunes.
Em vídeo que viralizou nas redes sociais e foi enviado a jornalistas pela campanha do autodenominado ex-coach, dois homens identificados como funcionários da prefeitura são filmados enquanto ajeitam a bandeira em questão. Em nota, a campanha de Nunes confirmou que os homens trabalham para a administração pública, mas negou o envolvimento deles no protesto.
Segundo a campanha do prefeito, as imagens mostram claramente que um funcionário da Subprefeitura da Sé puxa a bandeira do chão (e depois a coloca de volta) para a passagem de outro funcionário, que estava em uma moto. O vídeo foi gravado após o fim da manifestação, quando eles realizavam o trabalho de limpeza.
"A campanha de Ricardo Nunes pedirá a instauração de inquérito policial para descobrir quem confeccionou e colocou uma bandeira do Brasil na avenida Paulista. Em uma rede social, Marçal propagou fake news e acusou funcionários da prefeitura de colocarem a bandeira na avenida, a mando de Ricardo Nunes. A campanha quer que a polícia investigue quem, de fato, colocou a bandeira adulterada", diz a nota.
Além disso, a equipe de Nunes encaminhou à reportagem um segundo vídeo que mostra possíveis apoiadores de Pablo Marçal levando e colocando a faixa na avenida Paulista. Nunes também afirmou que entrará na Justiça Eleitoral para exigir direito de resposta nas redes sociais de Marçal.
Nota da Prefeitura de São Paulo reitera o que a campanha de Nunes havia afirmado anteriormente.
"A Prefeitura de São Paulo informa que realizou, por volta das 17h30, a limpeza da via. Conforme mostram as imagens, a bandeira levada por manifestantes foi recolocada no mesmo lugar pelos agentes municipais após o fim do serviço de varrição e coleta de resíduos", diz o texto.
Nesta manhã, durante uma agenda de campanha, Nunes chegou a comentar o caso. Ele disse que Marçal tem capacidade de "psicopata" de criar mentiras e fatos, o que é um "grande perigo".
"Ele não é só um criminoso que foi condenado e foi para a cadeia, mas alguém que está envolvido com tudo de pior, com o PCC. Ele é o presidente nacional do partido, presidente estadual, presidente municipal, quer dizer, é uma pessoa perigosa", afirmou o prefeito.
Nunes e Marçal têm disputado votos entre os apoiadores de Bolsonaro.
O ex-presidente apoia oficialmente o prefeito, mas já elogiou Marçal e disse que Nunes não era o seu "candidato dos sonhos".
Um novo movimento de aproximação entre o bolsonarismo e Marçal se consolidou com declarações do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-RJ) a favor de uma trégua com o autodenominado ex-coach.
Na manifestação de sábado, Marçal disse ter sido barrado ao tentar subir no trio elétrico em que Bolsonaro discursou.
Ele chegou ao final do protesto bolsonarista na avenida Paulista, quando o ex-presidente já havia discursado. Subiu no ombro de apoiadores e foi ovacionado por manifestantes.
Na ocasião, o pastor Silas Malafaia, organizador do ato, disse que o candidato havia mentido ao dizer que tinha sido impedido de subir no trio. "Marçal está dizendo aí que foi impedido de subir no trio. O cara é tão safado que ele chegou no final. Depois que encerrou, ninguém vai subir", declarou.
Após o ato, no domingo (8), Bolsonaro compartilhou uma nota em seu canal no Telegram em que critica Marçal e elogia a participação de Nunes e Marina Helena, candidata a prefeita pelo Novo.
Segundo Bolsonaro, Nunes e Marina "compareceram desde o início e tiveram uma conduta exemplar e respeitosa".
"O único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso (com o evento já encerrado) quando então surgiu o candidato Pablo Marçal, que queria subir no carro de som e acenar para o público (fazer palanque as custas do trabalho e risco dos outros), e não foi permitido por questões óbvias", completou o ex-presidente.
De acordo com a colunista Raquel Landim, do UOL, Bolsonaro ainda enviou para sua lista de transmissão no WhatsApp um vídeo em que Marçal é chamado de "aproveitador", "arregão" e "traidor".
O vídeo insinua ainda que o influenciador não quer comprar a briga com o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
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