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Flávio Bolsonaro diz que mansão de R$ 6 milhões foi comprada com venda de imóvel no Rio

Por Folha de São Paulo

02/03/2021 18h35 — em
Política



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou nesta terça-feira (2) que usou recursos da venda de um imóvel no Rio de Janeiro para comprar a mansão de R$ 6 milhões em Brasília.

"Tudo registrado em escritura pública", diz nota divulgada pela assessoria de imprensa do parlamentar. "Qualquer coisa além disso é pura especulação ou desinformação por parte de alguns veículos de comunicação."

Questionada após a divulgação do comunicado, a assessoria do senador informou que o imóvel vendido foi o apartamento na Barra da Tijuca.

A venda ainda não foi informada ao Registro de Imóveis —a responsabilidade é do comprador e não há prazo para fazer o registro.

Após a nota, Flávio gravou um depoimento em vídeo, publicado em suas redes sociais.

"Eu vendi um imóvel que eu tinha no Rio de Janeiro, vendi uma franquia que eu também possuía no Rio de Janeiro e dei entrada em uma casa aqui em Brasília", afirmou, referindo ao imóvel da Barra e à franquia de uma loja de chocolates que tinha em shopping da capital fluminense.

Sem detalhar como foi feito o pagamento da entrada, Flávio afirma ainda que mais da metade do valor da transação (R$ 3,1 milhões) ocorreu por intermédio de financiamento imobiliário.

Denunciado à Justiça em novembro de 2020 sob a acusação de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso das “rachadinhas”, Flávio e a esposa, Fernanda Bolsonaro, compraram a casa em janeiro.

A informação foi revelada pelo site O Antagonista e confirmada pela reportagem, que obteve acesso à certidão do 1º Ofício de Registro de Imóveis do DF, com os detalhes da transação.

O imóvel fica no Setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, bairro nobre da capital. Ela tem 1.100 m² de área construída, em um terreno de 2.500 m².

De acordo com a certidão do imóvel, o negócio foi fechado com a RVA Construções e Incorporações, empresa do advogado e empresário Juscelino Sarkis.

O documento informa que R$ 3,1 milhões do valor do imóvel foram financiados pelo BRB (Banco de Brasília). A quitação será em 360 parcelas.

O senador optou por taxa reduzida de 3,65% ao ano mais IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A amortização será pelo sistema SAC, que consiste em prestações mais altas no início e menores no final.

O BRB é controlado pelo governo do Distrito Federal, comandado por Ibaneis Rocha (MDB), um aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O salário de Flávio no Senado é de R$ 25 mil líquidos. A esposa é dentista e tem consultório em Brasília. São casados em regime de comunhão parcial de bens.

A mansão em Brasília é o 20º imóvel que Flávio adquire num intervalo de 16 anos —considerando um andar com 12 salas comerciais de que foi proprietário. A intensa atividade imobiliária do senador foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo em 2018.

Antes de fechar o negócio em Brasília, segundo levantamento patrimonial, Flávio tinha dos imóveis: o apartamento na Barra da Tijuca, adquirido por R$ 2,5 milhões, com financiamento, e uma sala comercial num shopping da zona oeste, avaliada em R$ 150 mil.

Na denúncia oferecida contra o senador no caso das "rachadinhas", o MP-RJ do apontou que as operações de compra e venda de dois imóveis foi usada para lavagem de dinheiro.

A escritura de compra e venda foi feita em um serviço notarial de Brazlândia, cidade do DF distante cerca de 45 km do Plano Piloto. A matrícula do imóvel, por sua vez, é de responsabilidade do 1º Ofício de Registro de Imóveis do DF, a poucos quilômetros do Congresso.

Veja íntegra da nota de Flávio Bolsonaro:

"A casa adquirida pelo senador Flávio Bolsonaro em Brasília foi comprada com recursos próprios, em especial oriundos da venda seu imóvel no Rio de Janeiro. Mais da metade do valor da operação ocorreu por intermédio de financiamento imobiliário. Tudo registrado em escritura pública. Qualquer coisa além disso é pura especulação ou desinformação por parte de alguns veículos de comunicação."

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