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Encolhido, PT volta a governar na região do ABCD Paulista

Por Folha de São Paulo

29/11/2020 22h07 — em
Política



MOGI DAS CRUZES, SP (FOLHAPRESS) - Com duas vitórias neste domingo (29), o PT voltou à região do ABCD Paulista. O ex-prefeito José de Filippi, 63, foi eleito para aquele que será seu quarto mandato em Diadema. Em Mauá, o vereador Marcelo Oliveira (PT), 48, derrotou o candidato à reeleição Atila Jacomussi (PSB).

Com os resultados, o partido consegue um pequeno avanço em relação 2016, quando conseguiu eleger apenas um prefeito na região metropolitana de São Paulo --em Franco da Rocha--, mas nenhum na região do ABCD, seu berço político.

Em 2008, durante o segundo mandato de Lula na Presidência, o partido teve o seu melhor resultado na Grande São Paulo, com 11 prefeitos eleitos. Sem contar a capital paulista, desde 2000, 17 municípios da região já elegeram ao menos uma vez prefeitos da sigla.

Em 2020, Filippi liderou as pesquisas e conseguiu quase 46% dos votos no primeiro turno realizado no dia 15, o melhor desempenho do PT na Grande São Paulo naquela etapa do pleito, contra 15% de Taka, que também disputou a prefeitura da cidade em 2016.

Com população estimada em cerca de 427 mil habitantes, Diadema tem a segunda maior densidade demográfica do país, atrás apenas de Taboão da Serra.

O petista já governou Diadema por três mandatos, foi deputado estadual e federal e secretário de saúde na gestão de Fernando Haddad na prefeitura de São Paulo. A campanha de Filippi foi a mais cara da cidade, com mais de R$ 1,9 milhão. Taka, seu oponente, recebeu R$ 237 mil.

O vencedor formou uma coligação de cinco partidos. Além do PT, recebeu o apoio do PDT, PSOL, e PCdoB no segundo turno. Como vice, ele escolheu a empresária e mulher negra, Patty Ferreira (PT).

Em Mauá, o PT recebeu 50,74% dos votos contra 49,26% do atual mandatário da cidade, do PSB. A vice da chapa de Oliveira é Celma Dias (PT), casada com o ex-prefeito Oswaldo Dias.

O resultado é uma virada em relação ao primeiro turno do dia 15, quando Atila --que teve o mandato marcado por duas prisões e suspeitas de corrupção-- terminou como mais votado com 36% dos votos, contra quase 20% de Oliveira.

Vereador por três mandatos consecutivos e presidente da Câmara de 2015 a 2016, Oliveira é ex-militante sindical e disputou pela primeira vez a prefeitura da cidade de 477 mil habitantes. Sua campanha foi a mais cara da cidade, com gastos de mais de R$ 1 milhão.

No segundo turno, o PT também amargou uma derrota na Grande São Paulo. O ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá perdeu a eleição para o atual prefeito, Gustavo Henric Costa (PSD), conhecido como Guti, que teve 57,83%. Essa foi a segunda derrota consecutiva para o petista, que também se candidatou em 2016 e terminou em terceiro lugar no pleito.

Após vencer 12 disputas no primeiro turno na região da Grande São Paulo, o PSDB perdeu nas duas cidades que disputava neste segundo turno. Em Mogi das Cruzes, pela primeira vez neste século, não houve reeleição. O tucano Marcus Melo, 48, perdeu para o vereador Caio Cunha (Podemos), 42.

Principal cidade do Alto Tietê, com 450 mil habitantes, desde 1997 a cidade é governada pelo mesmo grupo político, do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão. O PL, partido do político, compunha a chapa de Melo com o candidato à vice.

Cunha foi um dos vereadores que esteve à frente dos protestos contra o aumento do IPTU na cidade que marcou a insatisfação com a gestão de Melo. Vereador por dois mandatos, ele recebeu 58,39% dos votos contra 41,61% de Melo. A vitória foi projetada pelo Datafolha. Como vice, ele escolheu a professora Priscila Yamagami (Podemos).

Com R$ 369 mil para a campanha --Melo teve R$ 1,2 milhão--, Cunha conseguiu formar uma coligação com o Solidariedade e o PTB, e foi apoiada pelo PDT no segundo turno.

Em Taboão da Serra, após ter governado a cidade por 16 anos, Fernando Fernandes não conseguiu eleger seu sucessor, Daniel Bogalho, que recebeu 49,37% dos votos e acabou derrotado pelo deputado estadual e empresário do setor imobiliário Aprigio da Silva (Podemos), preferido por 50,63% dos taboanenses. Aprigio havia sido derrotado por Fernandes nos dois pleitos em que disputou o cargo anteriormente na cidade.

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