Eleitor em SP diz valorizar mais proposta do que propaganda na TV, aponta Datafolha
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Nova pesquisa do Datafolha aponta que, apesar do peso atribuído à propaganda gratuita na recuperação da candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB) à reeleição, o eleitor paulistano diz valorizar mais as propostas dos postulantes na hora de decidir o voto.
Para 70%, o que o candidato propõe é muito importante, ante 20% que consideram isso um pouco relevante e 9% que não dão bola para o tema. O índice de alta importância é maior entre quem tem curso superior, 79%.
Já a propaganda obrigatória em rádio e TV, espaço em que Nunes tem recorde de 65% do tempo no ar todo dia, é qualificada como muito importante como fator de decisão para 28%, com 30% dizendo ser um pouco e 41%, nada relevante.
Por óbvio, entrevistados podem se sentir compelidos a dar respostas que considerem mais nobres, mas o dado é algo contraintuitivo. Antes da propaganda, Nunes vinha se descolando de Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) na liderança da corrida.
No novo levantamento, já com duas semanas cheias de horário gratuito, o prefeito passou a liderar numericamente, com 27%, empatado na margem de erro de três pontos para mais ou menos com o deputado psolista, com 25%.
O influenciador, por sua vez, escorregou para fora do pelotão de frente, com 19%, ainda que marque um improvável empate técnico com Boulos no limite da margem.
Disseram ao Datafolha ter assistido ou ouvido os programas dos candidatos 63%, índice que vai a 67% ente quem ganha de 2 a 5 salários mínimos e no grupo que tem de 45 a 49 anos. Já travaram contato com as inserções publicitárias ao longo do dia 66% 72% entre os mais ricos.
Como fatores de maior importância no geral, vêm depois das propostas o debate entre candidatos (54% de alta relevância), as conversas com amigos e parentes (42%), o resultado de pesquisas eleitorais (42%), notícias sobre a eleição na TV (41%) e nas redes sociais (37%). Então vêm a referida propaganda e a opinião de líderes religiosos (23%).
Nos quesitos questionados, o grupo daqueles que estudaram até o fundamental se sobressai na importância maior que dá a notícias na TV (51%), pesquisas (53%) e propaganda (36%). Já os mais pobres valorizam mais que a média a conversa (47%) e a opinião de líderes religiosos (34%).
Confirmando a maior politização do segmento, associado mais ao bolsonarismo na polarização brasileira, os evangélicos também dão mais importância à opinião de pastores (34%) do que católicos dão à dos padres (27%).
Também confirmando percepções, fora dos principais grupos socioeconômicos o influenciador Marçal é o candidato cujos eleitores mais dão alta relevância a notícias divulgadas pelas redes sociais: 53%. Já eleitores de Nunes dão medianos 30% de valor para a propaganda de TV.
O Datafolha ouviu 1.204 pessoas com mais de 16 anos nos dias 10 e 11 de setembro. A pesquisa, encomendada pela Folha de S.Paulo, está registrada sob o número SP-07978/2024 no TSE. O intervalo de confiança é de 95%.
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