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Cascavel afirma que atuou na informalidade porque pandemia atrasou o procedimento de nomeação

Por Folha de São Paulo

05/08/2021 12h06 — em
Política



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em depoimento à CPI da Covid, o empresário Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, afirmou que atuou de maneira informal no Ministério da Saúde, sem ser efetivamente nomeado, pois a pandemia do novo coronavírus atrasou o procedimento.

Um dos pontos polêmicos envolvendo sua atuação, e que inclusive é alvo de investigação no Ministério Público, é o fato de Cascavel ter atuado no enfrentamento à pandemia sem nenhum vínculo com a pasta. Ele era apontado como braço-direito do ex-ministro Eduardo Pazuello e chegou a ser definido por interlocutores como "ministro de fato".

Ele disse que se aproximou do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante a Operação Acolhida, projeto do governo brasileiro de apoio a imigrantes venezuelanos, em Roraima.

Durante esse período de informalidade, ele atuou na interlocução com estados e municípios, negociando o envio de insumos e equipamentos, em alguns dos momentos mais delicados da pandemia. Cascavel disse que as pessoas exageram o seu papel naquele momento, em relação à interlocução. Afirmou que apenas ajudou na desburocratização, em um momento de grande necessidade.

"Não assinei nada nesse momento. Eu era o interlocutor, mas era o momento para isso [ atuar, por conta da gravidade da pandemia", afirmou.

"Se tiver que responder pela minha atuação, eu tenho a dizer que não fui omisso. Eu fiz a minha parte", disse.

Cascavel afirmou que sua nomeação atrasou porque era necessária a desvinculação de sua empresa, mas os cartórios estavam fechados por causa da pandemia. Ele foi inicialmente convidado a atuar nos primeiros dias de maio e sua nomeação apenas aconteceu em 24 de junho.

"Vim pensando em ficar 10 dias naquela condição [ajudar na interlocução política]. Mas fui convidado pelo ministro [Nelson] Teich para ser seu assessor especial. Dois, três dias depois, o ministro Teich pediu demissão. Aquele pedido já não existia mais", afirmou.

Ele disse que voltou a ser convidado efetivamente pelo ministro seguinte, Pazuello, quando houve o problema com a falta de documentação.

"Nos meus documentos, quando entreguei, faltava a desvinculação da pequena empresa que tenho", disse, acrescentando o problema de os cartórios estarem fechado.

Em uma forma de tentar se desvincular politicamente do governo, o empresário disse que o melhor ministro da Saúde, em sua opinião, foi o atual senador José Serra (PSDB-SP).

O relator Renan Calheiros (MDB-AL) questionou o fato de a Casa Civil ter inicialmente apresentado resistência ao seu nome, por conta de processos que ele responderia. Cascavel respondeu afirmando que eram processos eleitorais apenas e que ele não tem condenações.


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