Manaus/AM - Umas das vítimas do idoso de 65 anos, conhecido como "Chico da Bananinha", preso por estuprar adolescentes em Boca do Acre, contou que era abusada pelo homem desde os 12 anos e que recebia alimentos e roupas para não revelar os crimes.

"Foi encontrada uma menina de 16 anos na casa dele, e na escuta especializada ela relatou que ela já vinha sendo abusada desde os 12 anos de idade, com suspeita de que ele abusava de outras garotas em condição de vulnerabilidade também. Como é que funcionava? A adolescente ou a criança estava privada de alimentos, de roupa, ele oferecia alimentos, roupa, abrigo e tentava conseguir relação sexual de uma forma, em tese consentida, que não cabe consentimento para menor de idade, quando não conseguia, ele forçava a relação", diz o delegado Paulo Mavignier.

A garota revelou ainda que ele a chamava de "esposa" desde que começou a violentá-la. A denúncia chegou à polícia porque um denunciante entrou em contato com o delegado por meio de uma rede social. A partir das investigações, a polícia tenta encontrar outras vítimas do Chico, inclusive, a polícia deve ouvir as próprias filhas dele, que também podem ter sido vítimas de violência sexual.

"Não temos como como determinar um número específico, mas no depoimento, no que foi colhido na investigação, foram indicadas outras possíveis vítimas. São dados que correm em sigilo, então, a gente não pode revelar. Mas eu creio que mais cedo ou mais tarde, nós vamos ter uma responsabilização total desse criminoso por todos esses abusos sexuais que ele veio cometendo se prevalecendo da condição de vulnerabilidade das vítimas, que não tinham comida, que não tinham roupa e ele começava dessa forma, depois acabava forçando a relação sexual com emprego de violência".

Além do caso do idoso, a polícia também atua nas investigações contra outros suspeitos de estupros na cidade, inclusive professores, como destaca o delegado.

"Essa prisão ela é importante porque depois que nós começamos a denunciar casos de abuso sexual em Boca do Acre, com um material de mídia pedindo que a população se envolva, choveu denúncias de abuso sexual lá. E, está despertando uma situação que a gente não conhecia lá. A quantidade de casos que tem acontecido, inclusive de professores, de pessoas que gozavam de uma boa fama é na sua sociedade bocacrense e hoje nós estamos desmascarando trazendo eles para a realidade e colocando na cadeia", finaliza.