PF realiza missão para acompanhar investigações sobre o "Massacre do Rio Abacaxis"
Manaus/AM - Agentes da Polícia Federal realizaram uma missão na região do Rio Abacaxis entre os dias 15 e 23 de abril, para dar seguimento às investigações sobre os envolvidos no massacre ocorrido na região em agosto de 2020.
A tragédia que ocorreu no trecho localizado entre os municípios de Borba e Nova Olinda do Norte, culminou com a morte de dois policiais e seis civis, sendo eles dois indígenas e quatro ribeirinhos. Segundo a PF, o objetivo é acompanhar as investigações e prestar apoio às vítimas do Massacre do Rio Abacaxis.
A corporação também quer que se crie uma agenda de trabalho de mediação de conflitos e de fortalecimento de políticas públicas territoriais e sociais, voltadas às comunidades tradicionais da região.
Massacre do Rio Abacaxis
O "Massacre do Rio Abacaxis", como ficou conhecido o episódio de violência, começou em julho de 2020, com a denúncia do então secretário executivo do Governo do Amazonas, Saulo Moysés Rezende Costa, de que teria sido baleado no braço ao entrar na região para praticar pesca esportiva ilegal.
A partir daí, começaram surgiu a informação de que os tiros teriam partido de traficantes de drogas que operavam na área. Quatro policiais à paisana foram enviados para o município a fim de prender os suspeitos, mas dois deles foram mortos durante um confronto ainda no rio.
Após as mortes, o secretário de Segurança-Pública do Amazonas da época, coronel Louismar Bonates, e o coronel da Polícia Miltiar, Airton Norte, comandaram uma mega operação na qual enviaram 50 policiais para o município de Atalaia do Norte, com o objetivo de prender os envolvidos nas mortes dos policiais.
Contudo, durante a operação, os policiais teriam invadido dezenas de casas de moradores em comunidades próximas, e cometido crimes de tortura contra os mesmos.
Até um hotel teria sido usado pelos agentes para manter os alvos reféns e torturá-los. Além dos seis populares mortos, duas pessoas seguem desaparecidas até hoje.
As famílias alegam que elas foram torturadas, assassinadas e jogadas no rio. A ação foi considerado um verdadeiro extermínio e o caso segue na Justiça. Bonates e Ayrton foram indiciados pela Polícia Federal, mas negam que tenham dado ordem de matança.
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