TJAM julga recurso no caso Djidja após erro reconhecido pelo MP
Manaus/AM - O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) iniciou nesta segunda-feira (22) o julgamento do recurso apresentado pela defesa dos réus envolvidos no caso Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido. O processo pode ser parcialmente anulado após o Ministério Público do Estado (MPAM) reconhecer uma falha que comprometeu o direito à ampla defesa.
A falha apontada pelo MP diz respeito à inclusão de laudos periciais no processo sem que os advogados fossem devidamente intimados para se manifestar. Segundo o órgão, isso configura cerceamento de defesa, o que pode levar à reabertura da fase de instrução, com nova análise das provas e possibilidade de apresentação de contraprovas.
Apesar disso, o MP garante que as provas apresentadas são suficientes contra os réus. Entre elas estão mensagens extraídas de celulares, vídeos, depoimentos e registros de compra de cetamina, a substância usada em rituais do grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”, fundado pela família de Djidja.
Sete pessoas foram condenadas por associação criminosa e tráfico de drogas, incluindo a mãe de Djidja, Cleusimar Cardoso, o irmão Ademar Cardoso, o coach Aldenor Júnior e os proprietários de uma clínica veterinária suspeita de fornecer a cetamina ilegalmente.
Do grupo, apenas três pessoas estão em liberdade provisória, os demais, incluindo a mãe e o irmão da ex-sinhazinha, cumprem pena em regime fechado e o MP espera que continuem assim. O julgamento do recurso ocorre de forma virtual e está sob relatoria da desembargadora Luiza Cristina Nascimento da Costa Marques.
A decisão pode alterar o rumo do processo, que ganhou repercussão nacional após a morte de Djidja em maio deste ano, por suspeita de overdose por uso da substância veterinária.
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