Defesa acredita que suspeito de estupro foi morto e rebate versão de suicídio
Manaus/AM - A defesa de Valdeli da Silva Nascimento, 44, acredita que ele tenha sido executado no Centro de Detenção Provisória 2 por outros detentos. A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira(23).
De acordo com o advogado, Euler Barreto, Valdeli foi encontrado amarrado na grade com uma toalha no pescoço, o que seria aparentemente um suicídio. No entanto, os pés do homem estavam tocando o chão “Ele já havia sido transferido no último dia 19 para o CDP 2 porque foi agredido por outros presos no CDP 1. Nós acreditamos que ele foi executado e depois colocaram o corpo na porta”, disse.
Ainda segundo o advogado, Valdeli sabia que seria solto em breve, portanto não teria motivo para cometer o ato. O Ministério Público do Estado deu um parecer favorável para soltura do detento no último dia 16, porém o pedido foi negado pela Justiça. Já no último dia 20, a defesa conseguiu um segundo parecer do promotor também favorável visto que o inquérito policial não apresentava evidências de que o crime teria sido cometido, como exame de conjunção carnal e nem exame de DNA. Os advogados fizeram um novo pedido à Justiça solicitando que Valdeli fosse liberado e o esperado era que ele saísse da cadeia na manhã de hoje.
A família pretende mover 3 ações após ocorrido “Nós acreditamos que tenham dois pontos cruciais nesse caso: A morosidade do Judiciário em liberar o meu cliente e a omissão do sistema penitenciário em resguardar a integridade física dele. Será ingressado um processo administrativo junto a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para apurar a responsabilidade da segurança do preso. Além disso, também uma ação será movida junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para apurar a morosidade da Justiça do Amazonas em soltar o detento visto que o inquérito policial era superficial e não haveria provas suficientes para prendê-lo. Por último, entraremos com um processo contra o Estado por danos morais para indenizar essa família que perdeu um ente querido", informou.
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ASSUNTOS: detento, estupro, morto, Policial