Temer está ‘exaltado’ e ‘magoado’, diz aliado
BRASÍLIA — O presidente Michel Temer acertou com os aliados fiéis uma postura ofensiva nesta segunda-feira e nas votações de terça. Aliados que estiveram com Temer disseram que ele está "exaltado" e "magoado" e que não pretende recuar. Temer quer que Senado e Câmara tenham um ar de normalidade, com um pauta para o país. Outra frente é tentar desqualificar a delação do empresário Joesley Batista.
O presidente da comissão da reforma da Previdência, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), disse nesta segunda-feira que o PMDB começa a coletar nesta terça-feira assinaturas para abertura de uma CPI sobre a delação de Joesley. O partido ameaça ainda apresentar nesta terça-feira requerimentos para que os presidentes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Bolsa de Valores falem sobre se a empresa as negociações da JBS nos últimos dias.
— O presidente está exaltado e magoado — disse um interlocutor direto.
O mais árduo defensor de Temer na Câmara, Marun criticou a "pressa" da Ordem dos Advogados (OAB) em anunciar que também apresentará pedido de impeachment de Temer.
— A OAB quis ganhar a pole position no campeonato da demagogia — disse Marun, negando a avaliação de que o encontro com Temer tenha sido um fracasso na noite de domingo, com várias ausências:
O encontro de ontem (domingo) foi perfeito. Só faltou a janta.
Segundo Marun, nesta terça-feira a ideia é votar propostas que possam interessar também a oposição. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), convocou sessão para votar o projeto que trata de isenções concedidas no âmbito da guerra fiscal, de interesse de todos os estados. Mas há na pauta desta terça e na quarta-feira uma lista de Medidas Provisórias.
Na semana passada, antes mesmo da crise, o governo levou 12 horas para aprovar apenas duas MPs da pauta.
E agora não será diferente. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que a obstrução dos partidos de oposição será mantida.
— Para nós, a única pauta que interessa é a aprovação nesta -terça-feira da PEC das eleições diretas — disse Fontana.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quer votar nesta terça-feira a PEC que permite eleições diretas até seis meses antes do fim do mandato, de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ). Fonte: Jornal Extra.
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