Manaus/AM -  Rodrigo Benaion Mendes 30, foi preso na manhã de segunda-feira (5), suspeito de assumir a identidade de um servidor público de 32, que é advogado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), para aplicar golpes em estabelecimentos comerciais de Manaus.

De acordo com o delegado titular do 19° Distrito Integrado de Polícia (DIP), Aldeney Goes, a vítima compareceu no DIP no dia 17 de julho deste ano e comunicou que havia uma pessoa usando o nome dela para fazer compras em diferentes pontos comerciais na capital.

“Ele trabalhava de forma escondida. Cada loja que ele procurava, que abria crédito, dava diferentes endereços. Mas ele falhou nas redes sociais, porque depois que fazia compras, ostentava nas redes sociais, foi quando começamos a investigar. Devido as fotos que ele postava com as mercadorias caras e as fotos em determinados locais”, disse.

Segundo o delegado, a partir de então, os Policiais Civis realizaram diligências e constataram que o suspeito, sob a utilização de documentos falsificados em nome do servidor público, efetuou compras em shoppings de Manaus, além de ter solicitado a abertura de créditos em diversos bancos na cidade.

“Levamos 30 dias para chegar até ele. Descobrimos que ele já tinha uma nova vítima em vista e estava com uma nova CNH, com dados de outra pessoa, mas com a sua própria foto. Ele ia gastar a imagem desse advogado da TCE, nas lojas e crediários e depois mudar de identidade. É bem difícil achar uma pessoa assim, porque ele não tinha ficha criminal, nem endereço certo. Somente desta vítima ele gastou mais de R$ 30 mil”, disse.

O delegado disse ainda, que as investigações sobre o caso devem continuar, pois a polícia acredita que o suspeito não atuava sozinho, e tinha ajuda de outras pessoas para conseguir dados pessoais de possíveis vítimas.

“Na segunda fase das investigações vamos descobrir como ele conseguiu o contracheque dessa vítima. E também que passou a CNH para ele, porque esse documento que ele usava tem aspecto de papel moeda, é um documento verdadeiro onde foi colocado dados. Tem alguém por trás dele, acreditamos nisso. Porque ele tinha o contracheque da vítima, sabia nome do pai, da mãe, e outras informações pessoais”, destacou.

Rodrigo confessou que praticou os golpes e disse que fez porque precisava de dinheiro. Ele disse ainda, que comprou a CNH de um terceiro. “Essa foi a primeira e última vez que eu fiz isso. Não deveria ter caído na conversa dos outros, dizendo que se eu quisesse dinheiro falso, deveria fazer isso. Eu não conhecia as pessoas que me venderam esses dados nem os documentos, tudo foi feito por terceiros. A CNH comprei de uma pessoa que faleceu há dois meses no Hospital 28 de Agosto. Eu tinha uma renda mensal de R$ 3.500”, confessou.

Conforme o delegado, Rodrigo vai responder por estelionato, falsificação de documento público e uso de documento falso. Ele deve passar por procedimentos cabíveis e ficará preso a disposição da Justiça.