Professor e PM são presos suspeitos de estuprar irmãs em troca de comida em Manaus
Manaus/AM - O professor de língua portuguesa João Batista Costa e Silva, 66, e o sargento da policial militar Antônio Joselito Coutinho Viana, 53, foram presos na manhã desta segunda-feira (22), por suspeita de estuprar três irmãs em troca de comida em Manaus. A prisão da dupla ocorreu por volta das 6h, durante a operação “Kori” desencadeada pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
Segundo a titular da especializada Joyce Coelho, o professor foi preso nas imediações da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc). Já o sargento da polícia militar foi preso dentro de sua casa, na rua 23, do Conjunto Hileia, bairro Redenção, zona Centro-Oeste da cidade.
“Tem indícios de que os pais tinham participação, eles estão sendo investigados e provavelmente serão indiciados. Eles são pessoas muito pobres que dependiam de remédios, é todo uma situação social. Mas acreditamos que os pais tinham como saber que duas adolescente com deficiência mental estavam sendo estupradas”, disse a delegada.
Joyce Coelho explicou que as investigações iniciaram no dia 3 de julho deste ano, após uma das vítimas, uma jovem que agora tem 19 anos, registrar Boletim de Ocorrência (BO0 na Depca, informando dos abusos sexuais sofridos pelas duas irmãs dela, adolescente de 14 e 15 anos, ambas com deficiência mental. Na ocasião, a jovem também relatou que foi abusada pelo policial e professor quando era menor de idade.
Segundo a delegada, o sargento da polícia militar trabalha nas proximidades da residência da família das vítimas, no bairro Santa Etelvina, zona Norte. Por ser uma família humilde, o homem ganhou a confiança da família, doando alimentos, roupas e, inclusive, dinheiro. A partir disso, o policial passou a abusar primeiro da irmã mais velha. Após ela sair de casa, ele iniciou o abuso nas outras duas adolescentes. O PM praticava os abusos em motéis.
A jovem de 19 anos relatou que conheceu o professor de língua portuguesa quando tinha 13 anos. A partir daí, o homem também conheceu a família da jovem e passou a doar produtos para a família. Na época, ele levou a adolescente para trabalhar como doméstica na casa dele e lá praticava os abusos sexuais. Posteriormente, também passou a abusar das duas irmãs da jovem. No caso das duas meninas, os estupros ocorriam no prédio onde funciona um curso preparatório, situado no bairro Centro, zona Sul da cidade.
“As meninas eram de família muito podre e por isso acabaram sendo abusadas. Tanto o policial militar quando o professor não se conheciam. A um terceiro autor, que ainda estamos buscando a identificação. A gente já colocou as duas meninas menores em um abrigo sigiloso, visto que houve uma tentativa de contato com elas para tentar atrapalhar as investigações. Apreendemos alguns materiais para tentar encontrar vídeos do abuso, visto que elas disseram que os estupros eram filmados”, comentou.
O professor e o policial foram indiciados por estupro de vulnerável, satisfação de lascívia e favorecimento da prostituição. Eles estão sendo ouvidos pela delegacia e devem ficar a disposição da Justiça.
ASSUNTOS: Amazonas, Manaus, polícia, zona franca, Policial