Suposta fraude em concurso pode tirar 32 juizes do Tribunal de Justiça do Amazonas
Trinta e dois magistrados, aprovados em concurso supostamente fraudulento em 1997, poderão perder seus cargos. Uma Ação Popular e uma Ação Civil Pública, para apurar irregularidades no certame,e que estavam paradas há 14 anos, começam a andar graças a uma determinação do Conselho Nacional de Justiça.
Na conclusão do parecer da então promotora e hoje procuradora de Justiça Jussara Maria Pordeus e Silva, o certame foi eivado de vícios insanáveis "e investiu agentes políticos baseados na ilegalidade e imoralidade administrativas". O o parecer do MP é de janeiro de 1998. De lá para cá o Ministério Público não agiu e o caso foi parar numa gaveta.
O advogado Abdalla Sahdo, um dos autores da denúncia de irregularidades, conversou com um conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, que esteve em Manaus recentemente. Foi como o processo começou a "andar".
à época do certame, em 1997, a candidata Gisela Mala Ribeiro foi flagrada com cola.
As investigações apontam que o advogado Abadalla Sahdo recebeu, anonimamente em sua residência, cópias das provas que já haviam sido realizadas e das que ainda iam se realziar, todas já respondidas, fato que motivou a Procruadoria Geral de Justiça do Estado do Amazonas a oficiar à Comissão do concurso para que lossem tomadas "as urgentes e cabiveis providências", o que não feito.
O concurso foi apontado como "um jogo de cartas marcadas" . Rascunho de provas chegaram a ser encontrados antes da realização do concurso. Para o Ministério Público houve quebra do princípio da Legalidade pela Comissão do certame: "Alguns fatos narrados precisam de comprovação a ser realizada na fase de instrução desta Ação. Entretanto prova existe de descumprimento de lei pelo representante da OAB que não arguiu a sua suspeição ante seu sócio de escritório ser candidato no referido certame, violando por isso, de igual modo, o princípio da moralidade administrativa", diz o parecer da promotora Jusdsara Pordeus, que você pode ler na íntegra aqui no Portal do Holanda.
O processo hoje está nas mãos do juiz Márcio Rothier Pinheiro Torres, da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual, que em setembro do ano passado, apesar reconhecer a conexão da Ação Civil Pública com a Ação Popular, deu despacho pedindo que os juízes Ernesto Anselmo Queiroz Chíxaro, Leoney Figliuolo Harraquian e Etelvina Braga, que se julgaram suspeitos voltem a se manifestem. A medida foi encarada como uma forma de adiar uma decisão sobre um dos maiores escândalos do judiciário amazonenses.
Muitos prejudicados
Contra os juizes da relação abaixo, que podem ser prejudicados com a possivel anulação do concurso, não houve denúncia isolada de fraude , mas depois de encontrarem a candidata Gisela Mala Ribeiro com cola. todo o processo foi contaminado
Juizes que passaram no concurso e que podem perder seus cargos:
Alexandre Henrique de Araújo - 19ª Vara do Juizado Especial Criminal
Alexandre Lopes Lasmar - 2ª Vara de Família
Andrea Jane Silva de Medeiros - 5ª Vara Criminal
Anésio Rocha Pinheiro – Novo Airão
Careen Aguiar Fernandes - 7ª Vara Criminal
Cássio André Borges dos Santos - 1ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Respondendo)
Eliezer Fernandes Júnior - 2ª Vara do Tribunal do Júri (Respondendo) Borba (Titular)
Francisco Pessoa Almada - Careiro
Francisco Soares de Souza - Autazes
Frank Augusto Lemos do Nascimento - 19ª Vara do Juizado Especial Criminal
Hilton Campos Cruz - Codajás
Jaime Artur Santoro Loureiro - 2ª Vara Criminal
José Renier da Silva Guimarães – Vara de Execuções Penais (Respondendo) Boa Vista do Ramos (Titular)
Julião Lemos Sobral Junior - 3ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes
Katheen dos Santos Gomes - 1ª Vara de Tabatinga
Lídia Abreu Carvalho Frota - 1ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Respondendo) 1ª Vara do Iranduba
Luiz Alberto Nascimento Albuquerque - 1ª Vara Criminal
Luís Cláudio Cabral Chaves - 2ª Vara Manacapuru
Luiz Pires de Carvalho Neto – Caapiranga
Manuel Amaro Pereira de Lima - Barcelos
Marcos Santos Maciel - 1ª Vara da Família e Sucessões
Margareth Rose Cruz Hoagem - 4ª Vara Criminal
Maria do Perpetuo Socorro da Silva Menezes
Mauro Moraes Antony - 3ª Vara do Tribunal do Júri
Moacir Pereira Batista
Naira Nelia Batista Oliveira
Patrícia Chacon de Oliveira Loureiro - 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal (Respondendo) Itapiranga (Titular)
Rebeca de Mendonça Lima – Juizado da Infância e da Juventude Cível (JIJ Cível)
Renê Gomes da Silva Júnior - Silves
Rosa Maria Cadelraro de Souza – São Sebastião do Uatumã
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ASSUNTOS: Amazonas