Iranianos levam Oscar de Filme Estrangeiro
O iraniano "A Separação" ganhou o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira neste domingo, durante a cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em Los Angeles, nos Estados Unidos.
O filme, de Asghar Farhadi, conta a história emotiva da dissolução de um casamento. Venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim 2011 e também acumulou as premiações de melhor ator e atriz, divididas entre suas duas duplas de protagonistas. Também ganhou o Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira.
A história começa num tribunal em que o casal de classe média formado pela médica Simin (Leila Hatami) e o bancário Nader (Peyman Moadi) discute seu divórcio. Simin quer deixar o país e levar a filha única de 11 anos, Termeh (Sarina Farhadi). Nader alega que não pode abandonar o pai (Ali-Asghar Shalbazi), que sofre de Alzheimer.
Desprezando a petição de Simin, o juiz nada resolve. O casal se divorcia e Simin ruma para a casa da mãe, permanecendo num impasse, já que a filha fica com o pai. Depois, contrata-se uma empregada, Razieh (Sareh Bayat), para cuidar do sogro.
Ultra-devota, Razieh entra em conflito com suas tarefas cotidianas, que incluem trocar e banhar o patrão idoso. Outros problemas familiares afloram. Seu marido, Hodjat (Shahab Hosseini), está desempregado, ela tem que levar para o trabalho a filha pequena (Kimia Hosseini).
Um dia, Nader chega mais cedo em casa e descobre o pai sozinho e amarrado na cama. Por ter supostamente causado o aborto da empregada depois de um empurrão, Nader acaba processado. A partir deste novo impasse jurídico, emerge uma meticulosa discussão sobre a elaboração da verdade.
O Irã, que mantém um rígido controle sobre a produção cinematográfica, adotou uma postura de cautela sobre o sucesso do filme "A Separação", alegando que filmes favorecidos pelos críticos mostram uma versão distorcida da República Islâmica.
Os outros filmes que disputavam o Oscar eram "Bullhead", da Bélgica; "Monsieur Lazhar", do Canadá; "Footnote", de Israel; e "In Darkness", da Polônia.
O brasileiro "Tropa de Elite 2", do diretor José Padilha, ficou fora da disputa. O filme havia sido escolhido por unanimidade no ano passado por uma comissão de sete pessoas ligadas aos ministérios da Cultura e de Relações Exteriores e a entidades vinculadas ao cinema nacional, mas não passou nas últimas fases da pré-seleção da Academia de Artes e Ciências Cinematográfica.
Segundo a academia, 63 filmes foram originalmente qualificados para concorrer à indicação, entre eles "Tropa de Elite 2". Mas o filme brasileiro ficou fora da pré-seleção, que reduziu a lista de concorrentes para nove filmes, dois quais apenas cinco foram indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
"Tropa de Elite 2" deixou para trás outras 14 produções na disputa pela indicação brasileira, entre elas "Assalto ao Banco Central", de Marcos Paulo; "As Mães de Chico Xavier", de Glauber Filho e Halder Gomes; e "Bruna Surfistinha", de Marcus Baldini
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