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O poder político no Amazonas comandado por uma única família há 60 anos


Por Raimundo de Holanda

17/10/2016 23h48 — em
Bastidores da Política



O poder político no Amazonas continua comandado por uma familia. Aqui e ali seus membros ameaçam levar uns e outros para o paredão. Mas descobrem que são parentes, com o mesmo DNA, o mesmo instinto de sobrevivência e logo recolhem as armas, como na paródia de Lampião, Rei do Cangaço, onde o cangaceiro e seus parceiros descobrem que têm parentesco com os policiais que se preparavam para fuzilá-los. O resultado é inesperado, mas retrata bem a briga familiar no Amazonas. Veja: 

A grande familia começou nos anos 50, com Plinio Coelho, que pariu  Gilberto Mestrinho, que fez Amazonino Mendes, que adotou Eduardo Braga, que criou Omar Aziz, que fez José Melo.  

Essa história já contamos meses atrás, aqui mesmo neste espaço. O reprise hoje é apenas para mostrar ao leitor que os incêndios dos últimos dias constumam ser apagados, os queimados tratados em cima de folhas de bananeira e curados a base de óleo de peroba. 

Você quer ler essa história de novo? Clique Aqui  (RH)

SUCESSÃO NA ALEAM

A bancada de oposição sonha com uma chapa capaz de disputar, com boas probabilidades de sucesso, a presidência da Assembleia Legislativa. Os deputados José Ricardo Wendling (PT), Alessandra Campelo (PMDB) e Luiz Castro (Rede) já começaram a debater a questão na tentativa de estabelecer parcerias com os parlamentares independentes.

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Eles aguardam o encerramento do segundo turno das eleições municipais para alinhavarem a chapa e apostam nas adesões dos deputados considerados de centro, tais como Serafim Corrêa (PSB), Bosco Saraiva (PSDB), Bi Garcia (PSDB), Dermilson Chagas (PEN) e Augusto Ferraz (DEM).

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As eleições no Legislativo Estadual ocorrerão no início de dezembro.

TRANSIÇÃO PERIGOSA

A transição de governo em vários municípios está acontecendo em clima de guerra. Do Alto Solimões ao Baixo Amazonas, a questão é tratada a muque, inclusive em municípios onde os prefeitos, que perderam a reeleição, esperam continuar nos cargos caso seus adversários sejam atropelados pela Justiça Eleitoral até a diplomação, em novembro.

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Em Amaturá, Parintins e Itacoatiara, por exemplo, os prefeitos criam toda sorte de dificuldades para as comissões designadas pelos prefeitos eleitos periciarem documentos contábeis.

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Na verdade, o TCE-AM deveria coordenar todo esse processo para evitar confrontos e constrangimentos prejudiciais à transição.

PRISÃO DE LULA

Uma conversa vazada na internet do presidente do PT, Rui Falcão, indica que o ex-presidente Lula poderá ser preso a qualquer momento. Falcão temia que a prisão se efetuasse ontem, mas nada aconteceu. Na gravação que circulou na rede, Falcão pede “calma” e também “mobilização rápida”, mas diz que a decisão de prender Lula já estaria tomada e que “se bobear”, Lula poderá ser preso até no dia do seu aniversário, próximo dia 27.

CORTANDO NA CARNE

A crise está revelando um Brasil de duas faces. A face do povo, que por causa da escassez de dinheiro, do desemprego e da alta constante dos preços dos alimentos, está literalmente ‘cortando na carne’ para sobreviver. A outra face é do mundo político, onde revelações diárias apontam o desvio e a gastança criminosa de milhões desviados dos recursos públicos.  O povo corta mês a mês o volume de compras no supermercado, nas feiras e mercearias; muda o hábito alimentar consumindo alimentos mais baratos e de baixa qualidade. 

 DOAÇÕES SUSPEITAS

Ontem, enquanto o STF ‘perdoava’ José Dirceu por ter construído o esquema de desvio milionário do “mensalão”, subia para R$ 1,41 bilhão o montante de doações eleitorais suspeitas na campanha municipal de 2016. Um beneficiário do Bolsa Família aparece como doador de R$ 75 milhões. Outro doador, sem renda compatível, despejou nas campanhas R$ 50 milhões. Se antes se perguntava “Que país é esse?”, hoje se pergunta que crise é essa?

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ASSUNTOS: Amazonas, Amazonino, bastidores, Eduardo Braga, José Melo, Manaus, Omar Aziz, plinio

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.