Uma série de explosões de pagers no Líbano matou oito pessoas e deixou ao menos outras 2.750 feridas nesta terça-feira (17). Entre as vítimas estão integrantes do Hezbollah e o filho de um deles.

Os aparelhos têm sido usados como meio de comunicação entre os extremistas, a fim de evitar que eles as conversas entre eles sejam rastreadas pela Inteligência de Israel.

Segundo a imprensa local, as explosões ocorreram simultaneamente no sul de Beirute e se propagaram em outras regiões. Toda a ação durou mais de uma hora e aconteceu em casas, comércios, instituições públicas e privadas e em todos os lugares onde havia membros do Hezbollah com o comunicador.

Um deles ocorreu em um supermercado onde dois homens faziam compras. A primeira explosão ocorreu quando um homem pagava as compras no caixa, outra se deu há alguns metros, na área de frutas do estabelecimento, onde outro escolhia o que levar.

O ministro de Saúde do Líbano, Firas Abiad, atribuiu declaradamente o ataque a Israel e convocou todos os profissionais da saúde a comparecerem aos hospitais a fim de socorrer os feridos.

Em um comunicado o Hezbollah também acusou Israel e disse que está pronta para defender o Líbano.

"As agências competentes do Hezbollah estão atualmente conduzindo uma investigação científica e de segurança de amplo alcance para determinar as causas que levaram a essas explosões simultâneas. (...) Afirmamos que a resistência, em todos os seus níveis e várias unidades, está no mais alto nível de prontidão para defender o Líbano e seu povo".

Os pagers eram aparelhos de mensagens de texto muito utilizados antes da chegada do celular, nos anos 90. Ele voltou a ser usado pelos extremistas porque o grupo acreditava que Israel estava hackeando smartphones a fim de monitorar membros do grupo e roubar informações.

Eles se mostraram surpresos com a artimanha de Israel em preparar um ataque coordenado por meio dos mesmos. Israel, por sua vez, não fez nenhuma declaração sobre as acusações.