Venezuela acusa Trump de 'ameaça colonialista' após ordem sobre espaço aéreo
O governo da Venezuela reagiu neste sábado (29) às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que orientou companhias aéreas norte-americanas a considerarem “fechado” o espaço aéreo sobre e ao redor do território venezuelano. A medida, anunciada em rede social, elevou a tensão diplomática entre Washington e Caracas e foi classificada como mais um ato de pressão militar sobre o governo de Nicolás Maduro.
O chanceler venezuelano, Yván Gil Pinto, repudiou a fala e chamou a orientação de “ameaça colonialista”. Em comunicado oficial divulgado no Telegram, o ministro afirmou que a decisão de Trump é uma ação “extravagante, ilegal e injustificada”, incompatível com os princípios do direito internacional. Segundo ele, as declarações constituem um ato hostil e unilateral, violando a soberania e representando uma ameaça explícita de uso da força — proibida pela Carta das Nações Unidas.
Gil Pinto acusou Trump de tentar impor aos céus venezuelanos uma “jurisdição ilegítima” e afirmou que a segurança da aviação e a integridade territorial do país estariam sob risco. O governo ainda alegou que a medida teve impacto humanitário imediato, com a suspensão dos voos de repatriação do programa “Volta à Pátria”, responsável por trazer de volta quase 14 mil venezuelanos ao país.
Em resposta, Caracas exigiu respeito irrestrito ao seu espaço aéreo e declarou que “não aceitará ordens, ameaças ou interferências de qualquer potência estrangeira”. A Venezuela também pediu apoio da comunidade internacional e das Nações Unidas para condenar o que chamou de “ato imoral de agressão”, reafirmando que responderá às pressões externas “com dignidade e legalidade”.
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